Internacionalização de PMEs por meio dos consórcios de exportação: uma análise dos modelos italiano e brasileiro
Abstract
Os desafios para uma empresa de pequeno e médio porte construir bases sólidas e obter êxito
nas suas atividades são intensos. No entanto, as empresas precisam responder aos mercados a
um ritmo cada vez mais veloz, e a internacionalização emerge como uma alternativa estratégica
para sobrevivência e aquisição de maiores lucros. Contudo, como a internacionalização é uma
ação complexa, a formação de consórcios de exportação minimizaria os desafios inerentes,
proporcionando que as empresas unam suas potencialidades e compartilhem os riscos das
atividades. Os consórcios de exportação foram originados na Itália e o modelo italiano é
considerado referência na estratégia de internacionalização de PMEs. A partir disso, a pesquisa
buscou analisar e realizar um paralelo dos consórcios brasileiros com os italianos, investigando
como se configuram os consórcios nos dois países. Partindo-se da proposição central do estudo,
que sustenta que os consórcios de exportação estão configurados a partir da composição de
múltiplos níveis, foram analisadas as informações obtidas a partir dos órgãos governamentais
(Nível 1), gestão do consórcio (Nível 2) e firmas-membro (Nível 3). Os níveis 1 e 2 foram
analisados a partir de um estudo qualitativo, onde foram entrevistados representantes da
FEDEREXPORT e APEX BRASIL, que são os órgãos governamentais italiano e brasileiro,
além de 4 gestores dos consórcios de ambos os países. Nessa primeira etapa, os dados foram
analisados por meio de técnicas de análise de conteúdo. O estudo foi composto ainda por uma
segunda etapa, de caráter quantitativo e delineamento survey, onde o foco da análise foi
concentrado no Nível 3, caracterizado pelas firmas-membro que integram os consórcios nos
dois países. A partir de dados oriundos de 183 empresas italianas e 200 brasileiras, foram
realizadas análises univariadas para confrontar os diferentes modelos. Ao observar os
resultados advindos, destaca-se que, embora os consórcios brasileiros tenham sido originados
com base no modelo italiano, são consideráveis as diferenças entre ambos, relacionadas, por
exemplo, à estrutura, legislação, consolidação, forma de gestão e tipologia. Ainda, aponta-se
que o contexto econômico italiano tem refletivo de forma negativa nos consórcios, ocasionando
um número considerável de dissoluções e fechamentos, colocando em risco a notoriedade dos
consórcios da Itália serem bem sucedidos. De forma contrária, os consórcios brasileiros se
mostraram em um momento favorável para o crescimento, evidenciando a tendência da
expansão dos BRICS no ambiente internacional.
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