Micorrização em gramíneas de pastagem natural sob pastoreio rotativo
Resumo
As pastagens naturais do Sul do Brasil apresentam grande diversidade de espécies vegetais, sendo muito importantes na atividade pecuária e conservação dos recursos naturais. Essa diversidade está relacionada a diversidade de microrganismos do solo. Dentre estes, alguns fungos de solo do Filo Glomerycota formam associações micorrízicas, aumentando a absorção de fósforo além da zona de depleção. Ainda, as espécies apresentam diferenças entre a colonização micorrízica, pela característica de cada espécie ou devido a modificações do solo. A hipótese deste trabalho é que a resposta à colonização micorrízica das espécies gramíneas nativas do bioma Pampa é diferenciada. Supõe-se que espécies com baixa colonização micorrízica, sejam espécies de crescimento mais lento, com conservação dos recursos; já as espécies com maior colonização micorrízica, apresentam crescimento mais acelerado, com rápida reciclagem de nutrientes. O objetivo deste trabalho foi avaliar a associação micorrízica de fungos arbusculares nativos com as raízes de quatro espécies de gramíneas nativas, pertencentes a dois grupos de diferentes taxas de crescimento das pastagens naturais do Rio Grande do Sul, sob diferentes intervalos entre desfolhações. O trabalho foi realizado em uma área de pastagem natural da Universidade Federal de Santa Maria. Foram estudadas a colonização micorrízica de quatro espécies gramíneas nativas (Andropogon lateralis, Axonopus affinis, Aristida laevis e Paspalum notatum), em dois intervalos de rotação de piquetes com acúmulo de 375 e 750 graus-dia (GD). Não houve interação entre o período de coleta de raízes e as espécies estudadas. No intervalo de 375 GD, as espécies P. notatum e A. affinis apresentaram melhor colonização micorrízica, sendo que a última não diferiu das outras duas espécies. Não houve diferença entre as espécies para o intervalo de 750 GD. No geral, houve boa micorrização para as espécies, evidenciando a importância desta associação para o desenvolvimento e permanência destas espécies num solo ácido e pobre em nutrientes como o que ocorre em grande parte dos campos com pastagem natural.
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