Caracterização molecular de Cryptosporidium spp. e ocorrência dos principais parasitas gastrointestinais em amostras fecais de cães e gatos naturalmente infectados
Fecha
2018-02-08Metadatos
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Cães e gatos são hospedeiros definitivos de inúmeros parasitas do trato gastrointestinal e propiciam a mantença do ciclo biológico, uma vez que, eliminam nas fezes ovos de helmintos e cistos e oocistos de protozoário, favorecendo a contaminação do ambiente e a propagação de doenças. O estreitamento no convívio entre os animais de companhia e o homem intensifica a exposição humana a parasitas com potencial zoonótico como, por exemplo, Ancylostoma spp., Toxocara spp., Giardia duodenalis e Cryptosporidium spp. Considerando o papel dos animais de companhia nas zoonoses parasitárias, o objetivo deste trabalho foi investigar o parasitismo gastrointestinal e caracterizar as espécies de Cryptosporidium spp. encontradas em cães e gatos naturalmente infectados. Para isso foram coletadas 177 amostras de fezes, sendo 128 coletadas de cães e 49 de gatos de ambos os sexos e idades variadas. As amostras de fezes foram obtidas de animais atendidos no Hospital Veterinário Universitário (HVU) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, Rio Grande do Sul, no período de fevereiro a abril de 2017. Nas análises utilizando as técnicas de Sheather e Faust e coloração de Ziehl Neelsen, verificou-se a ocorrência de um ou mais parasitas do trato gastrointestinal em 56,2% das amostras fecais de cães examinadas, e 53,0% amostras de fezes de gatos. Nos cães Ancylostoma spp. (36,7 %) foi o parasita mais frequente, seguido por Cryptosporidium spp. (22,6%), Giardia spp. (4,6%), Cystoisospora spp. (3,1%), Taenia spp. (3,1%), Toxocara canis (3,1%), Trichuris spp. (1,5%) e Dipylidium caninum (0,7%). Nos gatos, Cryptosporidium spp. (22,4%) foi mais frequente, seguido de Ancylostoma spp. (18,3%), Cystoisospora spp. (16,3%), Toxocara cati (12,2%), Giardia spp. (4,0%), Spirometra spp. (4,0%), Taenia spp. (4,0%) e Toxascaris leonina (4,0%). A monoinfecção foi identificada em 70,8% dos cães e 46,1% dos gatos. Observou-se a presença de multi-infecção, com ocorrências de 29,2% nos cães e 53,8% nos gatos. Nos cães não houve diferença significativa na faixa etária entre os grupos. Quanto aos gatos, 57,8% dos animais parasitados encontravam-se com idades entre 1 a 4 anos, sendo o fator de risco idade significativo (p<0,05). O gene SSU rRNA de Cryptosporidium spp. foi amplificado em 5,6% (10/177) das amostras fecais analisadas utilizando a técnica de Nested PCR, sendo detectado em 4,6% (6/128) das amostras de fezes de cães e 8,2% (4/49) das amostras de gatos. As amostras positivas foram caracterizadas utilizando o sequenciamento de DNA. Nos cães foram encontradas as espécies C. canis (66,6% - 4/6) e C. parvum (33,3% - 2/6) e nos gatos C. felis (75% - 3/4) e C. parvum (25% - 1/4). Os parasitas gastrointestinais mais frequentes neste estudo são agentes de importância em saúde pública. Desta forma, deve-se ressaltar a importância do controle e prevenção das parasitoses gastrointestinais através do diagnóstico correto e o uso de drogas eficazes.
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