Espécies potenciais para plantio em área antropizada na região central do Rio Grande do Sul
Resumo
O sucesso dos plantios florestais, tanto para fins de restauração quanto comercial, está
diretamente relacionado ao processo de produção das mudas no viveiro e aos tratos culturais
utilizados após o plantio. Assim, o presente estudo teve como objetivo avaliar a sobrevivência
e o crescimento inicial de mudas de Casearia sylvestris, Handroanthus heptaphyllus, Inga vera,
Parapiptadenia rigida e Schinus terebinthifolius, em área antropizada, de acordo com o
recipiente utilizado na produção das mudas em viveiro e o uso de mulching no plantio. O
experimento foi conduzido em esquema fatorial (2x2), considerando tipos de recipientes
utilizados na produção das mudas (saco plástico e tubete) e presença ou ausência de mulching
no entorno das mudas no plantio. O plantio ocorreu em outubro de 2013, em delineamento
blocos ao acaso, com cinco repetições. Aos 24 meses após o plantio avaliou-se a sobrevivência
das mudas, além de atributos morfológicos e fisiológicos. Quanto à sobrevivência no campo,
somente I. vera apresentou diferença entre os tratamentos, com maior média para mudas
produzidas em saco plástico (86,67%). As demais espécies obtiveram valores semelhantes entre
os tratamentos, resultando em valores de 72,5; 85,0; 80,0 e 81,7%, respectivamente, para as
mudas de C. sylvestris, H. heptaphyllus, P. rigida e S. terebinthifolius. Verificou-se efeito
positivo do uso de saco plástico para os atributos incremento em altura (IncH) e em diâmetro
do coleto (IncDC), área da copa (AC) e massa seca da parte aérea (MSPA) para as mudas de C.
sylvestris, H. heptaphyllus e I. vera. Para P. rigida, o uso do saco plástico mostrou-se superior
em AC e MSPA e para mudas de S. terebinthifolius, apenas em IncH. A presença de mulching
no plantio favoreceu o IncH, IncDC, AC e MSPA de H. heptaphyllus, bem como a AC e a
MSPA de C. sylvestris, no entanto, foi desfavorável ao IncH de mudas de P. rigida. Para I. vera
e S. terebinthifolius, o uso do mulching não foi eficaz no auxílio no crescimento de ambas
espécies. Quanto aos parâmetros fisiológicos, não foi observada diferença entre os tratamentos
testados, independente da espécie, possivelmente devido à sua adaptação à área de plantio.
Dessa forma, os atributos morfológicos indicam que mudas de C. sylvestris, H. heptaphyllus, I.
vera e P. rigida produzidas em recipiente do tipo saco plástico de 1,5 L apresentam elevada
sobrevivência, maior crescimento e cobertura da área. Por outro lado, mudas de S.
terebinthifolius podem ser produzidas em recipientes do tipo tubete de 180 cm³, quando
destinadas a plantios de restauração em área antropizada. O mulching como trato cultural deve
ser aplicado no plantio de mudas de C. sylvestris e H. heptaphyllus para favorecer seu
crescimento a campo, no entanto, para as demais espécies o uso deste trato cultural deve ser
investigado em estudos futuros, testando-se maior quantidade/volume de cobertura, não apenas
no entorno, mas em toda a área de plantio.
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