Estrutura social e crescimento econômico nos municípios do Rio Grande do Sul (1991-2010)
Resumo
As diminuições nas taxas de fecundidade e de mortalidade contribuem para o envelhecimento
da população e geram mudanças socioeconômicas. O objetivo deste trabalho é analisar as
mudanças na estrutura social e as heterogeneidades espaciais, e suas relações com o
crescimento econômico nos municípios do Rio Grande do Sul, a partir dos Censos
Demográficos de 1991, 2000 e 2010. Utilizam-se abordagens quantitativas na análise, como a
Análise Exploratória de Dados Espaciais (AEDE) e modelos econométricos espaciais. Os
dados utilizados são do Atlas do Desenvolvimento Humano do Brasil (2017) e dos Censos
Demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE, 2017). Verificou-se
que existem processos distintos de transição demográfica entre os municípios do Rio Grande
do Sul. Em específico, na Região Noroeste do Estado o processo de transição é caracterizado
como atrasado, evidenciado por meio de clusters espaciais com alta taxa de mortalidade e de
fecundidade, e elevada razão de dependência de jovens. A Região Nordeste possui as
características opostas, o que retrata um processo de transição demográfica mais avançado,
com maior envelhecimento da população. Constata-se, também, que essas características
demográficas tendem a convergência no longo prazo. A relação é inversa entre o crescimento
econômico e as razões de dependência, quanto maior o número de jovens frente à população
em idade ativa, menor é o crescimento econômico. As variáveis demográficas, como um todo,
foram significativas para a convergência da renda per capita. O aumento da densidade
demográfica contribui para o crescimento econômico, enquanto o aumento absoluto da
população diminui a renda per capita. No entanto, o conjunto da estrutura etária foi o que
mais acelerou o processo de convergência da renda, a faixa etária de pessoas com idade entre
35 a 45 anos são as que mais contribuem para o aumento do crescimento econômico. A
qualidade de vida da população, medida por meio da expectativa de vida, é uma variável
importante para o aumento da produção.
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