Stomoxys calcitrans: feno de alfafa como substrato larval e atividade adulticida do óleo de Melaleuca alternifolia com alto teor de 1,8-cineole
Resumo
A mosca-do-estábulo, Stomoxys calcitrans (Linnaeus, 1758), pertencente a família Muscidae, gênero
Stomoxys, é um díptero hematófago responsável por provocar perdas produtivas e de desempenho em
bovinos e equinos, além de causar impactos sanitários através da disseminação de microrganismos
patogênicos. Atualmente, o controle do díptero conta com inseticidas sintéticos, manejo sanitário,
controle biológico e armadilhas, porém, nenhum desses métodos isoladamente se mostra eficaz. Os
surtos frequentes no Brasil, relacionados principalmente à expansão das plantações de cana-de-açúcar,
demonstram a necessidade de buscar alternativas ao controle convencional e uma opção promissora são
os óleos essenciais, que têm sido amplamente estudados em relação às suas atividades inseticidas. Para
isso, o primeiro estudo teve como objetivo avaliar os efeitos do feno de alfafa como substrato para o
desenvolvimento e sobrevivência das fases larvais até a fase adulta da mosca-do-estábulo, visando a
mantença de colônias em laboratório para futura realização de testes de controle desde inseto. Para isso
foram coletados 65 ovos de uma colônia estabelecida em laboratório e colocados sobre substrato larval
contendo feno de alfafa (100g) e água destilada (200ml), em seis repetições. A média de dias para a
eclosão dos ovos foi de 1,4 (± 0,5), o período larval foi de 11,33 dias (± 1,75) e o período pupal foi de
5,83 dias (± 0,51). O ciclo completo de ovo a adulto foi de 18,66 (± 2,06). A média de viabilidade larval
foi de 91,03% (± 3,14), de pupação 88,71% (± 3,17) e a porcentagem de emergência (pupas para adultos)
foi de 91,13% (± 3,0). Os resultados obtidos no presente trabalho indicaram que a utilização de substrato
larval com feno de alfafa propiciou o desenvolvimento de estágios imaturos de S. calcitrans em
laboratório, demonstrando bons percentuais de desenvolvimento larval, pupação e emergência de
adultos. O segundo estudo objetivou investigar a atividade inseticida do óleo de Melaleuca alternifolia,
com alto teor de 1,8-cineole, frente à espécie S. calcitrans. Pelo método de exposição ao papel
impregnado, foi possível observar que os tratamentos de 25 e 50 μg/cm2 (p>0,05) demonstraram ação
fumigante. A taxa de mortalidade em relação ao tempo de exposição ao óleo após os tratamentos foi
melhor em comparação com o Diazinon entre os tratamentos de 25 e 50 μg/cm2 (96,6 ± 3.3 % e 100 %,
respectivamente) nos primeiros 15 minutos. Pelo método de aplicação superficial o único tratamento
que demonstrou ação adulticida foi o de 5% (p>0,05). A toxicidade, CL50 (%; p/v), foi de 1,06 ± 0,02 e
3,82 ± 0,65 para os métodos de papel filtro impregnado e aplicação superficial, respectivamente. Assim,
o óleo essencial de M. alternifolia demonstrou ter ação adulticida contra S. calcitrans.
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