Formas de aplicação e tipos de corretivo da acidez do solo: alterações nos atributos químicos em profundidade em longo prazo
Abstract
A correção da acidez dos solos tem como objetivo principal neutralizar o Al3+ trocável, uma
vez que a presença dessa forma de alumínio no solo causa restrição ao crescimento radicular e
consequentemente a diminuição da produtividade das culturas sensíveis. Assim, em áreas
cultivadas, monitorar o avanço dos atributos relacionados à acidez do solo em profundidade é
fundamental para auxiliar na decisão sobre as formas de reaplicação de corretivo da acidez. O
presente estudo teve como objetivo quantificar as alterações químicas do solo em
profundidade, provocadas pela aplicação de corretivo, com diferentes relações Ca:Mg, de
forma superficial e incorporada após 141 meses de sua aplicação. O experimento foi instalado
em 2004 sob campo nativo em um Argissolo. O delineamento estatístico utilizado foi do tipo
bifatorial com duas formas de aplicação (incorporado e superficial) e cinco tipos de corretivos
(testemunha (0 ton/ha), e calcários com relação molar Ca:Mg de 35,5 (calcítico); 10,7; 5,9 e
2,7 (dolomítico). No mês de julho de 2016, foram abertas trincheiras em cada parcela e o solo
foi amostrado até 60 cm de profundidade: a cada 1 cm até os 10 cm; a cada 2,5 cm dos 10 aos
25 cm; a cada 5 cm dos 25 aos 60 cm. As análises realizadas foram: valor de pH em água
(1:1), índice TSM (Tampão Santa Maria) e teores de Ca, Mg e Al “trocáveis”. Calculou-se as
saturações por Al e por bases. A simples deposição do corretivo dolomítico na superfície do
solo, quase doze anos após a aplicação, propiciou alterações nos atributos relacionados a
acidez do solo no perfil similares à sua incorporação. O uso do corretivo calcítico
proporcionou alterações mais significativas nos atributos relacionados a acidez do solo no
perfil, comparativamente ao dolomítico, seguindo sua maior solubilidade em relação a
dolomita. Quase doze anos após a correção da acidez natural do solo seguindo as
recomendações da Comissão de Química e Fertilidade do Solo-RS/SC (2016), percebe-se leve
reacidificação do solo da camada 0-5 cm, cuja saturação por alumínio ainda é inferior a 5%
nos primeiros 10 cm e migração significativa da frente alcalinizante no perfil do solo abaixo
dos 20 cm.
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