Estresse oxidativo e resposta inflamatória em cadelas submetidas à pneumoperitônio aquecido ou não em ovariohisterectomias
Resumo
O presente estudo buscou avaliar a influência do gás carbônico (CO2) aquecido ou não, sobre
os biomarcadores inflamatórios e de estresse oxidatino no sangue e tecido peritoneal, bem como
a histologia peritoneal, em cadelas submetidas a ovariohisterectomia videoassistida. Utilizouse
uma amostra de 20 fêmeas caninas distribuídas em dois grupos, sendo as pacientes do grupo
aquecido (GAQ) (n=10) submetidas ao pneumoperitônio com CO2 aquecido a 37°C, e as do
grupo não aquecido (GNA) (n=10) submetidas ao CO2 frio. Os tempos de coleta para avaliação
de inflamação e estresse oxidativo no sangue e tecido, corresponderam a (T0) antes da
insuflação da cavidade, (T1) após 30 minutos de pneumoperitônio, e (T3) 60 minutos de
exposição ao CO2. Foram avaliados os biomarcadores sanguíneos acetilcolinesterase (AChE),
butirilcolinesterase (BChE), mieloperoxidase (MPO), catalase (CAT), superóxido dismutase
(SOD), substâncias reativas ao ácido tiobarbitúrico (TBARS), espécies reativas de oxigênio
(EROS), tióis totais (t-SH) e glutationa reduzida (GSH), e também os biomarcadores de estresse
oxidativo no tecido peritoneal CAT, SOD e TBARS. Além disso, foi realizada a análise
histológica do peritônio avaliando-se congestão, hemorragia, edema e presença de células
inflamatórias. A AChE apresentou diferença entre grupos em T1 (p=0,0268) e T2 (p=0,0423),
sendo maior no GAQ, enquanto a BChE variou entre os momentos, T0 e T2, do GAQ
(p=0,0175). A atividade da CAT foi diferente no GAQ entre T0 e T1, e também T1 e T2
(p=0,0253), sendo maior no T1. Houve diminuição nos níveis de TBARS (p=0,0117) e GSH
(p=0,0114), entre T0 e T2 do GNA. As análises SOD, MPO, t-SH e EROS não apresentaram
diferença. Não foram observadas diferenças nos parâmetros histológicos avaliados. Avaliandose
a atividade da CAT no tecido, o GAQ apresentou diferença entre T1 e T2 (p=0,0150), e
comparando-se os grupos em cada momento, houve aumento no T2 do GAQ (p=0,0288). Em
relação a atividade da SOD no peritônio, no GAQ houve diferença entre T2 em relação ao T0
e T1 (p=0,0181). Avaliando-se os grupos em cada momento isoladamente, houve aumento
apenas no T1 do GNA (p=0,0287). Na avaliação do TBARS tecidual, não houve diferença entre
os momentos ou grupos avaliados. Os biomarcadores séricos, AChE e BChE, apresentaram
maior atividade no GAQ, indicando maior inflamação, havendo também, um aumento
momentâneo da CAT, indicando estresse oxidativo no GAQ. A utilização do CO2 aquecido em
comparação ao CO2 não aquecido, não demonstrou mudanças na histologia peritoneal,
entretanto, foi visto que o uso de gás aquecido demonstrou alteração em valores de marcadores
de estresse oxidativo peritoneal (CAT e SOD), quando comparado ao grupo CO2 não aquecido.
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