Desenvolvimento, caracterização e estudo da viabilidade de micropartículas contendo Lactobacillus acidophilus La-14 obtidas por gelificação iônica externa associadas às interações eletrostáticas
Abstract
Probióticos são definidos pela Organização Mundial da Saúde, como microrganismos vivos que quando consumidos em quantidades adequadas conferem benefícios a saúde do hospedeiro. Porém, para que esses benefícios ocorram, essas bactérias precisam chegar íntegras ao intestino. Dessa forma, a microencapsulação de probióticos vem sendo estudada a fim de proteger esses microrganismos frente a condições adversas ao meio onde são submetidos. O objetivo deste estudo foi produzir e avaliar partículas de alginato de cálcio, na forma úmida e liofilizada, obtidas por gelificação iônica externa e revesti-las sequencialmente com multicamadas de proteínas de soro de leite e alginato de sódio, em até três camadas. O efeito de diferentes números de camadas em relação à viabilidade da cultura livre e microencapsulada foram analisados. A morfologia e o tamanho médio das partículas foram determinados. A resistência probiótica frente a testes gastrointestinais simulados, tratamentos térmicos e a viabilidade em armazenamento por até 120 dias foram analisados. Obteve-se uma eficiência maior que 80% de encapsulação. O tamanho médio das micropartículas ficou entre 107 μm e 374 μm. O Lactobacillus acidophilus La-14 microencapsulado nos diferentes tratamentos na forma úmida mostrou-se resistente durante condições gastrointestinais simuladas com valores acima de 7 log UFC g-1, já as liofilizadas apresentaram uma baixa liberação, obtendo-se valores um pouco acima de 5 log UFC g-1 . Nos testes de resistência térmica as partículas com multicamadas apresentaram melhores resultados frente às células livres que não resistiram. O armazenamento por até 120 dias em temperaturas de refrigeração e congelamento foi mais eficiente para todos os tipos de micropartículas, principalmente as que continham as multicamadas, com contagens acima de 7 log UFC g-1 para partículas úmidas e 6 log UFC g-1 para as liofilizadas, quando comparados às células livres. Conclui-se que a formação das multicamadas de alginato e WPC produziram partículas resistentes a influência dos fatores testados, aumentando a proteção para os probióticos em comparação a partícula sem recobrimentos e, além disso, estas partículas podem ser consideradas como potenciais transportadores de compostos sensíveis, cuja finalidade seja liberação em ambiente intestinal.
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