“Eu não gostava nem odiava porque eu não entendia nada!”: relações com a escola, o aprender e os conhecimentos escolares no ensino médio
Resumo
Essa dissertação insere-se na Linha de Pesquisa LP2 – Práticas Escolares e Políticas Públicas do Programa de Pós-Graduação em Educação da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) e tem por tema Juventude, Ensino Médio e relações com a escola, o aprender e os conhecimentos escolares. O objetivo da pesquisa é compreender as relações com a escola, o aprender e os conhecimentos escolares construídas no Ensino Médio por alguns jovens estudantes de licenciaturas da UFSM com base em suas narrativas, considerando a influência dessas relações em sua mobilização ou desmobilização para os estudos. A pesquisa tem por metodologia a abordagem qualitativa com base em Gatti (2002), Ghedin e Franco (2011) e Melucci (2005) e utiliza-se do método biográfico-narrativo a partir de Bolívar, Domingo e Fernández (2001) e Clandinin e Connelly (2015). A produção de dados foi realizada a partir de entrevistas narrativas com seis jovens estudantes de licenciaturas da UFSM, dos cursos de Física, Química, Teatro, Educação Física, Ciências Sociais e Pedagogia, baseadas em Jochelovitch e Bauer (2002), Muylaert et al., (2014) e Bolívar, Domingo e Fernández (2001). A análise dos dados foi feita a partir da Análise Textual Discursiva, com base em Moraes (2003) através da desmontagem dos textos, categorização e captação do novo emergente, registrado como metatexto no capítulo 6 da dissertação. Os fundamentos teóricos que sustentam este trabalho concentram-se em três grandes temas: Ensino Médio, a partir de autores como: Krawczyk (2011), Kuenzer (2005), Sposito e Souza (2014), Tomazetti et al., (2014), Zibas (2005) entre outros; Juventude, a partir de autores como Biscoli (2013), Dayrell (2003), Kehl (2004), Margulis e Urresti (2008), Melucci (2004), Pais (2006), Sposito (1997), entre outros e, Relação com o saber, a partir de Bourdieu (2007), Charlot (2000, 2013, 2016), Freire (1983, 2011), Masschelein e Simons (2014, 2015), Perrenoud (1995) e outros. Como resultados apresentam-se um conjunto de relações complexas que circundam diferentes aspectos como: a) gostar da escola; b) sentidos do conhecimento e da atividade escolar, como os ligados ao uso da tecnologia, a importância da curiosidade e do questionamento, a explicação do professor, os desafios nas atividades e os sentidos vinculados ao futuro, ao problematizar-se o “Novo Ensino Médio”; c) diferentes experiências promovidas na escola, principalmente as que dizem respeito ao corpo; d) A relação com os professores, através da amizade, da postura dialógica em sala de aula, mas também, os impactos negativos do autoritarismo, da licenciosidade e a falta de formação docente; e) A relação com os colegas, que é marcada tanto pela socialização, como também por aspectos negativos, que é o caso das práticas de Bullying; e f) as relações estabelecidas com a família e em outros aspectos, no que se refere à formação e identidade do jovem.
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