Sensibilidade e fruição na obra Totalidade e infinito de Emmanuel Levinas
Resumo
O propósito desta dissertação consiste em apresentar o modo como Emmanuel Levinas (1906-1995) concebe o conceito de sensibilidade e fruição na obra Totalidade e Infinito: ensaio sobre exterioridade de 1961. Pretenderemos compreender seu movimento não-intencional, que toma a sensibilidade como elemento humano que anima a consciência, como intencionalidade da fruição. Desta forma, a condução da pesquisa vai ter como problemática a vida interior do sujeito levinasiano, ou seja, a sua imanência. Assim, precisaremos entender a crítica que o autor faz a filosofia baseada numa representação, na objetivação do conhecimento. O mundo em que vivemos não nos é dado como utensílio, mas como alimento, pois fruímos do mundo, a partir do viver de e não da consciência de, assim, a nossa relação com o mundo é uma primeira experiência de alteridade, pois, a necessidade do corpo, indigente e nu faz com que saiamos em busca da satisfação, do gozo que se dá pela boca. A valorização da ipseidade do eu que toma a afecção como construtora da subjetividade humana, definindo a sensibilidade, como elemento do sentimento e não da experiência. Logo, é preciso repensar a filosofia que se constitui a partir de um eu absoluto, filosofia do Mesmo, objetivação do conhecimento, para um saber filosófico que seja aberto, sempre atual, que valorize a presença sensível, junto aos elementos. Desta forma, deveremos compreender o ser humano como um sujeito separado, que frui no mundo, no puro egoísmo do eu, sujeito solitário e ateu, que se revela como sujeito único, sensibilidade sempre exposta à possibilidade da felicidade.
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