Liberdade e vinculação na fenomenologia hermenêutica
Resumo
Heidegger elabora, a partir da segunda metade dos anos 1920, uma extensa abordagem da existência humana em termos de compreensão de ser. Esta abordagem está ligada à famosa retomada do problema do ser, que será, sem dúvida, um problema central durante toda a sua obra. A pergunta pelo sentido do ser como motivo central da filosofia de Heidegger surge, no período de Ser e Tempo (1927), como intrinsecamente ligada ao problema de uma compreensão historicamente situada. Que o ser humano compreenda algo assim como ser implica uma articulação da compreensão em diversos modos regulativos, nos quais entes aparecem no interior de um campo de sentido. A fenomenologia hermenêutica de Ser e Tempo pode então ser entendida como a tematização da articulação de sentido através da normatividade inerente aos entes que se manifestam. Nesse contexto, surge a elaboração do conceito de liberdade. Não obstante, com a plussignificação desse conceito na obra de Heidegger, é possível encontrar um sentido subjacente a suas aparições do final dos anos 1920 até 1930. Esse sentido aponta para uma vinculação prévia, como possibilidade de toda a compreensão de ser. Entendido a partir da noção de vinculação, o conceito de liberdade aponta para a dissociação imediata da concepção tradicional em torno deste. Este trabalho analisa o desenvolvimento desse conceito no período supracitado, tendo em vista a reconhecida importância desempenhada na descrição da existência humana em termos de compreensão de ser.
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