Validação de uma escala sobre o comportamento do consumidor de se autopresentear
Abstract
Haja vista o destaque, no âmbito da Administração, de estudos relacionados ao comportamento do consumidor, por meio dos quais se pretende identificar algumas influências, estímulos e estágios no tocante ao consumo, resolveu-se realizar uma pesquisa nesta seara (ONO et al., 2012). Analisar de que modo cada tipo de comportamento pode influir na decisão de compra do consumidor se reveste de grande importância (FUTRELL, 2003). Entre os tipos de comportamento do consumidor observados está o comportamento de presentear, o qual, por ventura, encontra-se arraigado em nossa sociedade. O comportamento de presentear pode se dar de 2 (dois) modos: para outra pessoa; ou para si próprio. Vale mencionar que muitos pesquisadores se debruçaram sobre o primeiro, mas poucos, sobre o segundo, o qual pode ser denominado de comportamento do consumidor de se autopresentear (SGCB). Nesse aspecto, Mick e DeMoss (1990a, 1990b) foram os pioneiros no que tange à investigação deste tipo de comportamento. Assim, no intuito de se suprir uma lacuna teórica, referente ao comportamento do consumidor de se autopresentear, o presente estudo possui como objetivo geral validar a escala sobre o SGCB, proposta por Mortimer et al. (2015), para o contexto brasileiro e, como objetivos específicos: descrever o perfil dos respondentes; analisar os construtos e as respectivas variáveis da escala sobre o SGCB, proposta por Mortimer et al. (2015); verificar as diferenças de percepção dos respondentes em relação às variáveis da escala sobre o SGCB, proposta por Mortimer et al. (2015); realizar a depuração e a validação para o contexto brasileiro da escala sobre o SGCB, proposta por Mortimer et al. (2015); verificar as diferenças de percepção dos respondentes em relação aos construtos da escala sobre o SGCB, proposta por Mortimer et al. (2015), após ser validada para o contexto brasileiro. A pesquisa foi aplicada a uma amostra de 1.315 (um mil, trezentos e quinze) respondentes (usuários da web, por meio de e-mail, Facebook, Whastapp e Twitter). Entre os resultados encontrados, destaca-se que, por ocasião da Análise Fatorial Exploratória (AFE), houve a necessidade de exclusão de somente 2 (duas) variáveis do modelo (CO_1 - “Eu não me presentearia, a fim de me lembrar de momentos especiais da minha vida” e MT_3 - “Eu não compro presentes para mim com a finalidade de me motivar a alcançar meus objetivos”), em virtude de apresentarem valores de comunalidade e/ou carga fatorial inferior a 0,50 (zero vírgula cinquenta). Ademais, por ocasião da Análise Fatorial Confirmatória (AFC), todos os índices de ajuste do modelo se apresentaram satisfatórios (χ²/gl, RMSR, RMSEA, GFI, CFI, NFI e TLI). Outrossim, todas as outras medidas também se mostraram adequadas: a confiabilidade, por meio dos resultados do Alfa de Cronbach; a validade convergente, por meio da análise das cargas padronizadas, da variância extraída e da confiabilidade composta; e a validade discriminante, por meio da análise das correlações entre os construtos e da comparação entre a variância explicada e o quadrado das estimativas das correlações entre os construtos. Assim, após a realização das análises fatorial exploratória e confirmatória, chegou-se a índices dentro dos limites esperados. Neste contexto, admite-se a validade do modelo como instrumento de pesquisa para o contexto brasileiro.
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