Complexidade, competitividade e desenvolvimento das capacidades produtivas do Brasil pós-abertura comercial da década de 1990
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2018-03-23Metadatos
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Este trabalho trata de analisar a inserção comercial brasileira de acordo com a complexidade econômica dos produtos exportados pós-abertura comercial da década de 1990. O trabalho tem como objetivo analisar a pauta de exportação brasileira a partir do processo de abertura da economia a partir do início da década de noventa e verificar se esse processo foi realmente capaz de tornar o comércio internacional um meio favorável à mudança estrutural. Para a análise será utilizada a abordagem da complexidade econômica, que assim como a abordagem estruturalista e neo-schumpeteriana, define na estrutura produtiva de um país a base fundamental para o processo de desenvolvimento econômico. A complexidade econômica analisa as exportações de determinada economia, destacando se há ou não uma sofisticação dos bens produzidos e consequentemente exportados por uma economia. O método entende que países que exportam bens sofisticados possuem uma estrutura produtiva para tal, e por esse motivo através da inserção no comércio internacional é possível inferir sobre a estrutura produtiva de determinada economia. A importância decorre exatamente da análise do comércio internacional ter uma visão das capacidades produtivas, afinal países economicamente desenvolvidos são aqueles que possuem uma pauta exportadora diversificada e baseada em produtos complexos, de elevado conteúdo tecnológico. As exportações de um país revelam não apenas seu status quo no comércio mundial, mas também refletem sua estrutura produtiva e autonomia quanto ao progresso tecnológico. No caso brasileiro a dificuldade em se especializar na produção de bens sofisticados decorre dos limites que sua estrutura produtiva, de caráter heterogêneo com elevada competitividade na exportação de primários, imprime nos processos inovativos. O processo de abertura da economia não foi capaz de modificar a estrutura da economia o suficiente para que o Brasil entrasse em uma trajetória de desenvolvimento econômico impulsionada pelo comércio exterior, com base em produtos mais sofisticados.
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