Determinação multiresidual de agrotóxicos em camas biológicas empregando cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massas
Resumo
Os agrotóxicos são mundialmente empregados no controle de pragas e doenças nas mais diversas culturas, com o intuito de evitar prejuízos, aumentando assim a produção. Considerando a toxicidade dos agrotóxicos, tanto para o meio ambiente como para a saúde, existe uma legislação específica que regulamenta a produção, o comércio, o transporte até o gerenciamento final dos resíduos. No Brasil, existe a Lei nº 7.802, de 11 de julho de 1989, que dispõe de todas as especificações necessárias para que os agrotóxicos sejam manuseados corretamente, desde a produção até o destino final dos resíduos e embalagens. Porém, em relação a derramamentos acidentais, descarte de água da lavagem dos pulverizadores entre outros, até pouco tempo atrás, não existia nenhum procedimento para evitar esse tipo de contaminação. Foi quando surgiu na Suécia as camas biológicas (biobeds) com o intuito de evitar maiores contaminações ao meio ambiente. Essas camas biológicas foram sendo adaptadas em diversos outros países, entre ele o Brasil. Assim, sendo necessário um método para avaliar a eficácia da degradação dos pesticidas desse sistema, este trabalho teve por objetivo o desenvolvimento e validação de um método multiresidual para a determinação de resíduos de agrotóxicos em camas biológicas. Foram avaliados os seguintes agrotóxicos: captana, sendo quantificada a partir do seu produto de degradação tetrahidroftalimida, clorpirifós, clorotalonil, fenitrotiona, metidationa, fosmete e tebuconazol em camas biológicas utilizando cromatografia gasosa acoplada a espectrometria de massas. O método de extração utilizado foi uma adaptação do método de mini-Luke. Para o estudo de validação do método foram avaliados os seguintes critérios: precisão e exatidão, precisão intermediária, limites de detecção (LOD) e de quantificação (LOQ), linearidade, faixa linear, seletividade e efeito matriz. Como resultado obteve-se LOD do método de 10 μg kg-1 para o clorpirifós, fosmete e metidationa, já para a tetrahidroftalimida (produto de degradação da captana), clorotalonil e tebuconazol o limite de detecção foi de 20 μg kg-1. O LOQ para todos os agrotóxicos foi de 50 μg kg-1.