Perspectiva do aproveitamento da casca de arroz como fonte de combustível em fornalhas para secagem de grãos
Resumen
A economia do Estado do Rio Grande do Sul é fortemente vinculada a atividades agrícolas, onde se destaca a cultura do arroz, gerando considerável quantidade de resíduos sólidos oriundos da atividade de processamento e beneficiamento. Os principais resíduos são identificados como casca de arroz e cinzas resultantes da queima de casca de arroz. Estes resíduos são caracterizados como fontes de poluição e contaminação, vindo a afetar o meio ambiente e a saúde pública da população, quando submetidos às ações inadequadas de gerenciamento. O objetivo deste trabalho é realizar um estudo de caso referente à utilização da casca de arroz como energético na secagem de grãos durante a safra, analisando a utilização de excedente de casca de arroz nesse período. A metodologia utilizada pode ser caracterizada como descritiva e exploratória e quanto aos meios de investigação foi do tipo bibliográfica e de campo.
As empresas estudadas foram Cotrisel, Cerealista Dickow, Marzari Alimentos e Urbano Agroindustrial, que responderam sobre sua capacidade de produção, seu consumo de casca de arroz nas fornalhas, quanto de sobra e o destino dado ao excedente de casca de arroz. Realizou-se a simulação de consumo médio de casca para secagem em um modelo de secador de 14 t/h, cujo consumo foi de 3,7% de casca de arroz. Na empresa Cotrisel, o consumo de casca para secagem do arroz é de 3,5%. Na Cerealista Dickow esse valor é de 14,8% e na Marzari Alimentos e Urbano Agroindustrial, o valor é de 4,4% e 3,2% respectivamente. Os resultados indicam que a maioria das empresas de beneficiamento de arroz tem preocupação com a sobra de casca de arroz, porém não tem maiores recursos para aproveitar o excedente. Apenas uma pequena parte da casca de arroz é utilizada para queima em fornalhas como fonte de energia, resultando em um excedente total de 50,39 mil toneladas de casca entre os quatro cerealistas entrevistados. O que representaria de acordo com a simulação em uma fornalha de consumo de 1.690.000 kcal, com gasto energético de 512 kcal/h de casca uma autonomia de 99 horas de secagem, equivalendo a 1.386 toneladas de arroz.