Nanotecnologia potencializa a ação tripanocida do nerolidol em camundongos infectados com Trypanosoma evansi: envolvimento da barreira hematoencefálica
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2018-11-19Metadatos
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Apesar dos avanços significativos no estudo contra o Trypanosoma evansi, a efetiva eliminação dos protozoários localizados no sistema nervoso central (SNC) continua uma difícil tarefa. A incapacidade dos fármacos tripanocidas (sintéticos ou naturais) em atravessar a barreira hematoencefálica (BHE) torna o tecido cerebral a principal área de refúgio para o T. evansi. Neste sentido, a incorporação de nanopartículas em um sistema de entrega de produtos naturais tem sido considerada uma nova abordagem para potencializar os efeitos terapêuticos, principalmente relacionado a capacidade de atravessar a BHE. Com isso, o objetivo do estudo foi avaliar se a nanotecnologia é capaz de potencializar o efeito tripanocida do nerolidol, um composto natural com atividade tripanocida, bem como investigar se o nerolidol nanoencapsulado é capaz de atravessar a BHE e eliminar o T. evansi do SNC. O teste in vitro foi realizado em três diferentes concentrações (0,5; 1,0 e 2,0 %) de nerolidol livre (NL) e nerolidol carregado em nanoesferas (NN), bem como um controle utilizando aceturato de diminazeno (AD 0,5 %), fármaco disponível comercialmente para o tratamento da doença. Com base no teste in vitro, foi possível observar que ambos tratamentos foram capazes de eliminar os protozoários de forma concentração-dependente. Para o estudo in vivo, trinta camundongos foram divididos em 5 grupos (A-E) com seis animais cada: o grupo A foi composto por animais não infectados e não tratados (controle negativo), enquanto os grupos B a E foram inoculados via intraperitoneal com 60 μL contendo 2,0 x 105 tripanossomas. O grupo B foi composto por animais infectados e não tratados (controle positivo), enquanto os grupos C e D foram tratados com NL e NN, respectivamente, durante 10 dias (5 dias antes da inoculação e 5 dias depois da inoculação) pela via oral na dose de 1,0 mL kg-1. O grupo E foi tratado uma hora após a infecção com uma dose única de AD via intramuscular na dose de 3,5 mg kg-1. Com base no resultado in vivo, foi possível observar que o NL foi capaz de aumentar a longevidade quando comparado ao controle positivo, mas não apresentou eficácia curativa. Por outro lado, o tratamento com NN apresentou 66 % de eficácia curativa, enquanto o tratamento com AD apresentou 33 %. A partir disto, um segundo experimento foi realizado seguindo as mesmas condições experimentais apresentadas acima. No quinto dia pós-infecção, os animais foram eutanasiados para coleta de soro e tecido cerebral. Usando a técnica de cromatografia líquida de alta eficiência, foi possível quantificar as concentrações séricas de NL, NN e AD. Por outro lado, não detectamos NL e AD no tecido cerebral, enquanto foi possível detectar apenas o NN. Além disso, todos os animais tratados com NN foram negativos para a presença do parasito no cérebro usando a técnica de reação em cadeia da polimerase. Com base nestas evidências, foi possível concluir que a passagem do NN através da BHE permitiu a eliminação do T. evansi do SNC, um importante fator envolvido nas falhas terapêuticas e recidivas da doença.
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