Risco familiar de crianças atendidas na rede de atenção primária à saúde
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2016-08-26Metadatos
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Pesquisa que teve por objetivo analisar o risco familiar de crianças atendidas na atenção primária à
saúde (APS) de dois municípios brasileiros. Trata-se de um estudo transversal, com abordagem
quantitativa, derivado do projeto multicêntrico intitulado “Crianças com necessidades especiais de
saúde em serviço de atenção primária em saúde: prevalência e acesso”, aprovado pelo comitê de ética
da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), sob o número de CAAE: 32608114.2.0000.5346. O
cenário foi a rede de APS dos municípios Santa Maria/RS e Ribeirão Preto/SP e participaram do
estudo 407 cuidadores familiares de crianças. Para a coleta utilizou-se questionário com variáveis
referentes aos dados demográficos e socioecômicos das crianças e suas famílias, Instrumento de
Triagem de Crianças com Necessidades Especiais de Saúde (CRIANES) e questões inspiradas na
Escala de Risco Familiar de Coelho-Savassi (ERF-CS). Os dados inseridos no programa Excel® por
meio de dupla digitação independente, após verificação de erros e inconsistências no programa Epi
info foram analisados no programa SPSS-Statistics versão 16.0. A análise descritiva dos dados foi
apresentada por meio de frequências relativas e absolutas para caracterização das crianças, seus
cuidadores principais e condição econômica da família. E as análises bivariadas utilizando-se os
escores de risco da escala e as variáveis sociodemográficas e clínicas com nível de significância com
p<0,05, considerando intervalo de confiança de 95%. Apresenta-se o Risco Familiar (RF) geral e
categorizado em risco menor, médio e máximo, conforme os escores estabelecidos na ERF-CS, e a
classificado e em Risco Biológico-Social (BioSoc): risco biológico (Bio), social (Soc) e ambos
combinados (Bio+Soc), conforme as sentinelas apresentadas pela família. Prevaleceu as crianças do
sexo feminino, cor branca, frequenta escola em turno parcial, 29% apresentam alguma necessidade
especial de saúde (NES), 27% já foi hospitalizada, 71,3% utiliza somente o Sistema Único de Saúde
(SUS), 97,3% realizou pré-natal, 50,6% nasceu por parto cesáreo. Quanto ao cuidador principal,
prevaleceu a mãe, branca, nível médio de escolaridade, 58,5% das famílias da classe econômica C e 19,
4% recebe auxílio do governo. O percentual de RF nos municípios foi 28,7%, sendo menor no
município de RP que possui maior cobertura de APS. Os testes de associação de variáveis foram
significativos somente para Sistema de Saúde e RF, e Sistema de Saúde e risco BioSoc. Em ambos os
municípios foi elevado o percentual de risco Soc (34,9%). O RF foi maior para as crianças que
estiveram hospitalizadas, que apresentaram problemas ao nascer, com maior percentual de risco
Bio+Soc, e as que utilizam somente o SUS, elevado percentual de risco Soc. As CRIANES
apresentaram maior RF, risco médio e máximo, e risco Bio, em relação às sem NES. O RF foi maior
para as crianças cujo cuidador principal possui menor escolaridade, idade entre 15 e 19 anos, menor
renda e que recebem auxílio do governo, com risco Soc elevado. Conclui-se que o forte componente
de risco social sugere que as condições econômicas e ambientais interferem no RF das crianças
atendidas na APS, e conhecer a intensidade do risco e classificá-lo quanto aos seus componentes
biológicos e sociais pode ser uma ferramenta importante no diagnóstico de saúde de um território e
priorização dos atendimentos e visitas domiciliares às famílias em maior situação de risco.
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