A discursivização do indígena nos jornais impressos da Amazônia Legal
Resumo
O contexto indígena no Brasil é marcado — desde 1500 — por luta, resistência
em defesa da vida, cultura e dos direitos. É uma minoria pouco compreendida e
vivente as margens da sociedade que, como outros brasileiros, deveriam ter o
conjunto de direitos atendidos pelas políticas públicas direcionados a eles funcionando
de forma menos precária. A Amazônia Legal é a região brasileira onde vive a maior
parte das populações indígenas (56%) e concentra 98,3% dos Territórios Indígenas
no Brasil, além de corresponder a 59% do território nacional. É composta pelos
estados: Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e
Tocantins. Nesta tese, analisaremos os discursos construídos sobre os povos
indígenas em nove jornais impressos da Amazônia Legal (AL), um de cada estado.
São eles: A Tribuna do Acre (Acre), Diário do Amapá (Amapá), A Crítica (Amazonas),
O Estado do Maranhão (Maranhão), A Gazeta de Cuiabá (Mato Grosso), Diário do
Pará (Pará), Diário da Amazônia (Rondônia), Folha de Boa Vista (Roraima) e Jornal
do Tocantins (Tocantins). O estudo investigou como o jornalismo impresso da
Amazônia Legal constrói — discursivamente — os povos indígenas, por meio do
material jornalístico informativo e opinativo publicado durante a semana em que se
comemora o Dia do Índio (19 de abril), de 2015, 2016 e 2017. Para interpretar os
sentidos sobre os povos indígenas nos jornais impressos da Amazônia Legal,
apropriamo-nos da Análise do Discurso de linha francesa (AD). O corpus desta
pesquisa é constituído por 359 sequências discursivas recortadas de 138 textos, e
que se inserem em dez posições-sujeito. Tais posições estão englobadas em cinco
Formações Discursivas que nos possibilitaram compreender a teia discursiva sobre
os povos indígenas, a partir de domínios específicos, que são: (FD1) Terras Indígenas
são problemas; (FD2) Indígenas têm seus direitos descumpridos; (FD3) Indígenas
sofrem violência e são violentos; (FD4) Cultura Indígena é problema. A escuta
discursiva sinaliza a predominância significativa do (FD1); em seguida, do (FD2), o
que evidencia que os sentidos mais reiterados pelos jornais impressos dizem respeito
ao problema da terra e aos direitos indígenas serem descumpridos.
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