Em defesa da raça: práticas discursivas e estratégias no campo da medicina social em Porto Alegre (1920-1945)
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2018-12-11Metadatos
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A passagem do século XIX para o XX marca a introdução tardia da medicina social no Brasil, ainda que de forma lenta e gradual. Esse campo da medicina marcado pelo seu caráter coletivo e preventivo e embasado nos princípios da eugenia e do higienismo, ganha maior apoio entre os médicos na primeira metade do século XX que visam a implementação de um amplo programa médico-social. No contexto porto-alegrense, apesar da presença de um conjunto amplo de médicos, essa campo da medicina enfrentou dificuldades para sua efetivação. Dessa forma, tomando por base a abordagem arquegenealógica de Michel Foucault e seus conceitos (práticas discursivas, regime de verdade, formação discursiva...) se buscou identificar, delimitar e analisar a produção intelectual dos médicos presentes na cidade de Porto Alegre no seu âmbito discursivo através de artigos científicos e livros publicados no campo da medicina social. Em conjunto com a produção desses médicos, também foram identificadas e analisadas as estratégias implementadas em Porto Alegre no período delimitado, visando traçar as relações existentes entre o saber médico-social e as estratégias de saúde pública presentes na cidade entre 1920 e 1945. Tais objetivos se guiaram pela hipótese de pesquisa de que o saber médico enfrentou dificuldades em Porto Alegre no que tange a sua implementação enquanto saber hegemônico, tendo em vista a presença intensa dos princípios positivistas pelos quais o Partido Republicano Riograndense se norteava. A partir da análise dos dados coletados ao longo da pesquisa, se chegou a conclusão de que as décadas de 1920 e 1930 foram marcadas pela presença de um regime de verdade positivista, em que pouco espaço houve para a medicina social e para estratégias organizadas de saúde pública em Porto Alegre, enquanto os últimos anos da década de 1930 e os primeiros da década de 1940 marcam uma mudança de perspectiva com a reestruturação do Departamento Estadual de Saúde, em que percebe-se a emergência de um regime de verdade médico-social que organiza novas estratégias, ainda que limitadas, no âmbito da saúde pública.
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