Incidência de displasia broncopulmonar em recém nascidos de muito baixo peso ao nascer e fatores associados
Resumo
Displasia Broncopulmonar (DBP) é uma doença pulmonar do período
neonatal com importante impacto na morbi/mortalidade em recém-nascidos
prematuros. Embora vários fatores de risco têm sido identificados, a BDP resulta de
uma complexa interação entre o desenvolvimento de pulmões imaturos e múltiplas
exposições pré e pós-natais. Intervenções para reduzir a exposição não tem
diminuído o risco, sugerindo uma etiologia multifatorial. Este estudo teve como
objetivo determinar a incidência de Displasia Broncopulmonar, e os possíveis fatores
de risco para a doença em recém-nascidos pré termo de muito baixo peso ao nascer
(<1500 gramas) internados em Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Estudo
observacional analítico, do tipo coorte retrospectiva, que envolveu 107 recémnascidos
pré-termo de muito baixo peso ao nascer internados em unidade neonatal
em um período de três anos. Análise de regressão logística univariada e múltipla foi
realizada para determinar a associação de algumas variáveis (independentes) com a
ocorrência de DBP (variável dependente). Foi aceito um nível de significância de p<
0,05. A incidência de DBP na população estudada foi de 39,3% (n = 42), sendo
inversamente proporcional a idade gestacional ao nascer (p<0,05). Nos prematuros
extremos (<28 semanas de IG) foi de 60,71%, nos muito prematuros (28-31,6
semanas de IG) foi de 48,89% e nos moderados (32-33,6 semanas de IG) foi de
10,34%. Nenhum RN com IG maior que 33,6 semanas desenvolveu DBP. Dentre os
fatores de risco destacaram-se a necessidade de reanimação em sala de parto, a
persistência do canal arterial e a sepse precoce e tardia, tendo esta permanecido
associada na análise de regressão múltipla. Sepse precoce ocorreu em 80,95% (34)
das crianças que tiveram DBP, e em 53,13% (34) das que não tiveram (p=0,003). Da
mesma forma, sepse tardia foi prevalente nas crianças com DBP, quando comparadas as demais (90,48% X 50%, respectivamente; p<0,001).
A redução na taxa de infecção parece ser fator essencial para a diminuição da
prevalência desta doença.
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