Avaliação de pastos de capim elefante em sistemas forrageiros de produção convencional e orgânica sob pastejo
Resumo
O capim elefante tem grande importância em regiões de clima tropical e subtropical, especialmente em fazendas leiteiras. Normalmente, essa forrageira é estabelecida em monocultivo sob a produção convencional, sendo usados elevados níveis de fertilização nitrogenada. O estabelecimento em mistura com outras espécies, aliado ao uso de adubos orgânicos pode ser caracterizada como uma estratégia de produção mais sustentável. Nessas condições, poucos estudos foram desenvolvidos, tanto sob a produção convencional quanto sob a produção orgânica. O presente trabalho envolve dois estudos em que se objetivou avaliar a produtividade, o valor nutritivo e a dinâmica de crescimento de folhas e perfilhos do capim elefante, em pastos submetidos aos sistemas de produção convencional e orgânica em condições de pastejo. No primeiro estudo, com avaliação por meio de meta-análise, foram utilizados dados de 20 experimentos, somando 354 observações, de pastos de capim elefante sob condições de pastejo, entre 2002 e 2016. Os tratamentos foram constituídos por cinco sistemas de produção forrageira, quatro sob a produção convencional (1-4) e um sob a produção orgânica (5): 1) capim elefante em monocultivo + adubo químico; 2) capim elefante em mistura com outras gramíneas + adubo químico; 3) capim elefante em mistura com outras gramíneas + amendoim forrageiro + adubo químico; 4) capim elefante em mistura com outras gramíneas + trevo + adubo químico; 5) capim elefante em mistura com outras gramíneas + adubo orgânico. No segundo estudo, em que se avaliou as características morfogênicas do capim elefante, o experimento foi conduzido entre setembro de 2015 e maio de 2017. Os tratamentos foram constituídos por três sistemas de produção forrageira, dois sob a produção convencional (1-2) e um sob a produção orgânica (3): 1) capim elefante em monocultivo + adubo químico; 2) capim elefante em mistura com outras gramíneas + adubo químico; 3) capim elefante em mistura com outras gramíneas + adubo orgânico. O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com três tratamentos, três repetições, com medidas repetidas no tempo. Para as variáveis produtivas do pasto, biomassa de lâminas foliares e taxa de acúmulo de forragem, os maiores resultados foram obtidos no sistema sob monocultivo, sobretudo no verão. Por outro lado, para o teor de proteína bruta, maiores valores foram observados nos sistemas com misturas forrageiras sob produção orgânica e consórcio com leguminosas. Para as características morfogênicas não foram observadas diferenças entre os sistemas de produção convencional em monocultivo e orgânica. Contudo, houve um padrão sazonal de variação nas respostas morfogênicas e composição estrutural do capim elefante caracterizada por maiores taxas de crescimento e proporção de lâminas foliares na primavera, diminuindo com o avanço do ciclo de produção, no verão até o outono. No entanto, houve comportamento inverso com aumento na taxa de aparecimento de perfilhos e diminuição de folhas em senescência, apontando manutenção da produtividade do capim elefante no final do período estival. Conclui-se que os sistemas em policultivo, sob produção convencional ou orgânica, apresentam produtividade equivalente ao sistema em monocultivo sob produção convencional.
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