Planejamento florestal aplicado ao setor da fumicultura no Sul do Brasil
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2019-02-25Metadatos
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O setor do tabaco é composto por atividades de importância social e econômica nacional. O tabaco
Virgínia é uma das variedades de tabaco de maior valor agregado, dentre as que são cultivadas no sul
do Brasil. Após a colheita, esta variedade é submetida à secagem em unidades de cura, que necessitam
de energia para o seu funcionamento e têm como principal fonte de energia a combustão da lenha
proveniente de florestamentos de Eucalyptus spp. O setor do tabaco carece de estudos direcionados a
capacidade de produção florestal de seus florestamentos, o que gera incertezas frente ao suprimento.
Neste sentido, objetivou-se com o trabalho analisar a capacidade de produção da base florestal da
fumicultura do Sul do Brasil, frente à demanda de lenha no processo de cura do tabaco Virgínia. O
trabalho foi desenvolvido nos estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul e a área de estudo
foi composta por florestamentos de Eucalyptus spp. existentes em pequenas propriedades rurais
distribuídas em 7 regiões produtoras de tabaco Virgínia. Inicialmente, realizou-se a estimativa da área
da base florestal do setor do tabaco, considerando as 7 regiões (PR – Sudeste Paranaense, SC – Planalto
Norte, SC – Alto Vale, SC – Litoral Sul, RS – Centro Serra, RS – Depressão Central e RS – Costa Doce).
A partir de um banco de dados de inventário florestal de única ocasião, estimou-se a estrutura da base
florestal existente no setor. Por meio de consultas ao banco de dados da Associação dos Fumicultores
do Brasil realizaram-se estimativas da produção de tabaco Virgínia para cada uma das 7 regiões. Em
seguida, foram construídos cenários de produção e consumo de lenha. Os cenários constaram da relação
entre as variáveis área florestal existente e produção florestal estimada aos 7 anos, e as variáveis área
florestal e consumo de lenha necessário para obtenção da suficiência energética no processo de cura,
considerando médias de consumo em unidades de cura convencional (cenário 1) e unidades de cura ar
forçado (cenário 2). Realizaram-se simulações da produção e consumo de lenha em um horizonte de
planejamento de 21 anos, a partir da aplicação do método de regulação por volume. Por fim, realizouse
a estimativa da área florestal necessária por pequena propriedade rural para obtenção da suficiência
energética nos cenários 1 e 2 para cada região. As 7 regiões consomem, respectivamente, no cenário 1
e 2, 3.674.637,60 m³ e 2.482.334,98 m³ de lenha por ano. Na região PR – Sudeste Paranaense a produção
de madeira estimada mostrou-se insuficiente para suprir a demanda de lenha para cura do tabaco em
ambos os cenários. As regiões de Santa Catarina mostraram-se suficientes em energia apenas quando
considerado o cenário 2. No Rio Grande do Sul a região Centro Serra - RS e Depressão Central foram
insuficientes em energia independentemente do cenário considerado. Já a região Costa Doce- RS
apresentou suficiência energética em ambos os cenários. De modo geral, observou-se que a base florestal
do setor do tabaco no Sul do Brasil é insuficiente para promover a suficiência energética no processo de
cura do tabaco Virgínia.
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