Identificando as barreiras ao consumo verde
Resumo
A medida em que as transformações que o planeta vem sofrendo afetam cada vez mais a população, nota-se que um novo conceito de consciência global vem surgindo. Diante disso, percebe-se que os consumidores estão cada vez mais preocupados sobre os problemas ambientais, bem como se a sustentabilidade está inserida no ambiente organizacional. Atentas a essa exigência, muitas empresas veem o comportamento do consumidor voltado para a sustentabilidade como uma forma de se colocarem mais próximas dos seus clientes e atenderem os seus anseios, utilizando-se de estratégias ambientais para fortalecer a imagem de suas organizações perante o mercado consumidor. No entanto, mesmo com a adaptação de muitas empresas a essa tendência e da preocupação expressa pelos consumidores, a literatura e a prática mostram que a compra destes produtos e serviços pró-ambientais não apresenta a regularidade esperada. Neste sentido, torna-se necessário conhecer os motivos que dificultam que os consumidores adquiriram produtos verdes, ou seja, as barreiras que esses consumidores enfrentam. Tal conhecimento permitirá o direcionamento de novas estratégias, além de avanços futuros tanto para a teoria quanto para a prática. Nesta perspectiva, o presente estudo teve como objetivo principal identificar e analisar as barreiras ao consumo verde enfrentadas pelos consumidores brasileiros. A fim de atingir os objetivos, o estudo foi analisado sob uma perspectiva descritiva com abordagem quantitativa. Para isso, foi realizado um levantamento do tipo survey por meio da adaptação e replicação do instrumento de pesquisa sobre as barreiras ao consumo verde desenvolvido pelos autores Gleim et al. (2013). Esse questionário foi aplicado aos alunos dos cursos de Administração da região Sul do Brasil por meio de e-mails. Ao final da coleta dos dados, foram obtidos 450 questionários que foram considerados válidos para a análise. Os principais resultados obtidos evidenciaram que: (1) o perfil da amostra investigada é composto em sua maioria por jovens, mulheres, com renda média entre dois a seis salários mínimos, solteiro (a), que cursam graduação em Administração nos mais variados semestres, residem com os pais e moram em casas, além disso, não costumam consumir produtos verdes e aqueles consumidores que o fazem possuem uma frequência muito baixa de consumo; (2) a análise fatorial exploratória constatou a necessidade de eliminar três questões do instrumento de pesquisa, bem como reduzir o número total de fatores para treze; (3) a análise univariada permitiu verificar que as principais barreiras enfrentadas pela amostra investigada são a falta de conhecimento e a baixa disponibilidade desses produtos, além disso foram identificadas semelhanças nos resultados encontrados com outros estudos da literatura, como os achados de Gleim et al. (2013) e Ferraz et al. (2013); (4) a análise bivariada demonstrou 67 associações significativas, sendo verificado que a a maior parte dos construtos estão interligados entre si. A partir dos resultados, identificou-se como uma das limitações da dissertação o fato que os resultados se referem apenas à realidade da amostra investigada. Como sugestões para pesquisas futuras, destaca-se a possibilidade de ampliação da pesquisa a nível nacional com diferentes públicos, bem como a utilização de outros enfoques metodológicos.
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