A volatilidade idiossincrática melhora o desempenho dos retornos precificáveis? Aplicações dos modelos GARCH e GAS
Resumo
O CAPM (Capital Asset Pricing Model) é um dos modelos mais difundidos para o cômputo esperado do retorno de um investimento em condições de risco. Desenvolvido por Sharpe (1964) e Lintner (1965), por meio das conclusões do trabalho de Markowitz (1952), esse modelo relaciona o retorno esperado de um ativo, com o seu risco não diversificável. Apesar de ser um modelo simples e intuitivo, o mesmo está fundamentado em fatores muito restritivos sobre o funcionamento do mercado, e por isso foi modificado. Nesse sentido, muitos trabalhos buscaram incluir fatores ao modelo CAPM. Com isso, o objetivo desse trabalho foi de investigar se um novo fator - a volatilidade idiossincrática - poderia ter capacidade de aprimorar a explicação dos retornos precificáveis. Para tal, fez-se uso do modelo CAPM de Fama & French e, baseado em trabalhos como os de Ang et al. (2006) e Leite et al. (2016), incluiu-se o fator volatilidade. A diferença desse trabalho está na inclusão da volatilidade da carteira bem como no cálculo dessa que foi obtida fazendo uso de modelos das classes GARCH univariadas e de score, especificamente o modelo GAS. O escopo de estudo foi o mercado brasileiro de capitais, entre o período de 2007 e 2017, com montagem de 6 carteiras pelos critérios book-to-market e tamanho das empresas. Optou-se por fazer de modelos três modelos empíricos: o CAPM Fama & French, o CAPM com a volatilidade de mercado e o CAPM com a volatilidade idiossincrática, e assim comparar sua capacidade e explicação. Além disso, foram incluídos momentos superiores como fatores sistêmicos de controle dos modelos, e também comparar a capacidade de explicação da volatilidade modelada pelo GARCH e pelo GAS separadamente. Os resultados empíricos mostraram que a inclusão da volatilidade aprimora a explicação do modelo CAPM Fama & French, fato evidenciado pelo sensível acréscimo do R² ajustado das regressões. Além disso, notou-se que a volatilidade, quando significativa, teve relação oposta com o retorno. Além disso, as volatilidades modeladas pelo GARCH tiveram desempenho superior em 5 das 6 carteiras propostas ao ser comparada quando modelada pelo GAS. Quando comparadas, notou-se que a volatilidade idiossincrática explicou mais os retornos do que com a adição da volatilidade de mercado, indicando que as informações da montagem de portfólios e suas oscilações de retornos individuais parecem ser mais importantes que o movimento do mercado como um todo, um resultado que se torna relevante tanto para hedge quanto para a busca de maximização de retornos pelos investidores.
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