Estudos analíticos para caracterização e avaliação de interleucina-11 humana recombinante
Abstract
A interleucina 11 (IL-11) é uma citocina endógena que estimula diretamente a proliferação de células tronco-hematopoiéticas e progenitoras megacariocíticas e induz o amadurecimento megacariocítico. Com os avanços na área da biotecnologia, especialmente com o advendo da tecnologia do DNA recombinante, possibilitou-se a expressão do gene da IL-11 em Escherichia coli, e assim a produção em grande escala da interleucina-11 humana recombinante (rhIL-11), a qual é clinicamente indicada, principalmente, para a prevenção de trombocitopenia grave e redução da necessidade de transfusões de plaquetas após quimioterapia mielossupressiva em pacientes com neoplasias malignas não mielóides com alto risco de trompocitopenia grave. Neste trabalho foram desenvolvidos e validados métodos por eletroforese capilar de zona (ECZ) e cromatografia líquida por exclusão molecular (CL-EM) para a avaliação de rhIL-11 em produtos biofarmacêuticos. No método por ECZ, utilizou-se capilar de sílica fundida (40 cm de comprimento efetivo x 50 μm d.i.) e solução eletrolítica composta de 50 mM de fosfato de sódio dihidrogenado, pH 3,0. O capilar foi mantido a temperatura de 25ºC, e a tensão aplicada foi de 20 kV. O tempo de injeção foi de 45 s, com pressão de 50 mBar, e detecção por arranjo de diodos (DAD), em 196 nm. Para o método por CL-EM utilizou-se coluna BioSep-SEC-s-2000 (300 mm x 7,8 mm d.i.), mantida a 30ºC. A fase móvel foi constituída de tampão ácido 2-(N-morfolino)etanosulfônico 0,02 M e cloreto de sódio 0,5 M, pH 6, com vazão isocrática de 0,9 mL/min., por detector DAD em 220 nm. A rhIL-11 foi eluída nos tempos de 10,31 e 8,12, sendo linear na faixa de concentração de 1-300 μg/mL (r2 = 0,9992) e 1-200 μg/mL (r2 = 0,9996), respectivamente, para o método por ECZ e por CL-EM. Os limites de detecção e quantificação foram 0,21 e 1,0 μg/mL, para o método por ECZ e 0,23 e 1,0 μg/mL por CL-EM. A especificidade dos métodos foi verificada e confirmada por estudos de degradação e de interferência dos excipientes. A exatidão foi 100,37 e 99,81%, com bias inferior a 1,13 e 0,43%, respectivamente, para os métodos por ECZ e CL-EM. Além disso, realizou-se o teste de citotoxicidade in vitro das formas degradadas, apresentando, para as amostras submetidas às condições ácidas e fotolíticas, diferença significativa (p< 0,05) em relação à molécula íntegra. Os métodos propostos foram aplicados para a avaliação do teor/potência e dos produtos de degradação de rhIL-11 em formulações biofarmacêuticas, e os resultados foram correlacionados com o método validado por cromatografia líquida em fase reversa (CL-FR) e bioensaio em células TF-1, apresentando correlação significativa (p> 0,05). Assim, sugere-se que os métodos desenvolvidos e validados por ECZ e CL-EM sejam aplicados para aprimorar o controle da qualidade do produto biotecnológico de rhIL-11, contribuindo, desse modo, para garantir sua segurança e eficácia terapêutica.
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