Educomunicação como tecnologia assistiva: caminhos à efetivação do direito à educação da pessoa com diversidade funcional no ensino superior
Resumo
A presente pesquisa propõe dar visibilidade para uma nova potencialidade de
acessibilidade ao ensino superior brasileiro das pessoas com diversidade funcional.
Observada a lacuna existente nas normativas especializadas quando do
desenvolvimento do problema de pesquisa: Quais os obstáculos e as perspectivas
para a educomunicação como tecnologia assistiva, apresentando-se como
mecanismo de instrumentalização para a efetivação do direito à educação, para além
do acesso ao ensino superior e, sim, para inclusão, permanência, participação e
aprendizagem inserida num sistema educativo realmente inclusivo? E, da testagem
da hipótese: de que a práxis da educomunicação como possível tecnologia assistiva,
visando acessibilidade, poderia potencializar a formação integral e o desenvolvimento
social. Hipótese confirmada a nível teórico-conceitual e no âmbito dos objetivos
estratégicos e institucionais, pois a efetivação do direito à educação em direitos
humanos, perfectibilizado pela implantação de aprimoramento dos ecossistemas
comunicativos dos espaços educacionais e dos sistemas educativos de gestão
universitária, pela práxis da educomunicação como tecnologia assistiva, pode ser
instrumentalizada a) como ajuda técnica para a educação, com foco de ação no
indivíduo de tecnologia assistiva para comunicação e acesso à informação, bem
como, b) de cultura de acessibilidade, com foco de ação nos indivíduos e na
sociedade, pela conscientização e de planejamento de políticas públicas e
institucionais para equiparação de oportunidades de acesso, permanência,
participação e aprendizagem real. Perspectiva que se apresenta como possível após
o levantamento de dados de duas frentes, utilizando uma abordagem de método
misto, o projeto sequencial explanatório permitiu o levantamento i) de dados
quantitativos secundários e primários, visando o entendimento geral da problemática
e, ii) de dados qualitativos que pudessem refinar e explicar os resultados estatísticos
descritivos apresentados no estudo de caso empírico representativo realizado com a
população da Universidade Federal de Santa Maria/RS. Os dados quantitativos
secundários foram uníssonos em evidenciar uma fragilidade no desenvolvimento de
políticas públicas voltadas para as pessoas com diversidade funcional, mesmo que o
Brasil esteja entre os países que mais incluem na América Latina, pois se verificou
que garantir direitos no corpo normativo, como a universalização do acesso ao ensino
superior é apenas o primeiro passo para a efetivação de uma educação realmente
inclusiva. Principalmente na sociedade em rede posta, onde não se pode perder a
possibilidade de se fazer ouvir e, agora fazer parte, do planejamento de ações e/ou
políticas públicas para uma verdadeira inclusão social.
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