Acessibilidade e utilização das redes de atenção primária e especializada por mulheres com HIV na perspectiva de usuárias e profissionais
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2018-11-28Metadatos
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Tem-se que a acessibilidade e a utilização da Atenção Primária à Saúde (APS) potencializam o
diagnóstico e o manejo precoce da infecção pelo Vírus da Imunodeficiência Humana (HIV) e a gestão
compartilhada da atenção, repercutindo positivamente na saúde da mulher e da criança. As mulheres
infectadas acessam diferentes serviços de saúde durante a gestação, entretanto não se estabelece a
comunicação intersetorial e há descontinuidade no puerpério, o que implica negativamente no acesso
dessas mulheres. O objetivo da pesquisa foi desenvolver coletivamente ações para promoção do acesso
de mulheres com HIV aos serviços de APS e Especializado de município da região Sul do Brasil.
Pesquisa participante que desenvolveu o ciclo de criação do conhecimento proposto pelo modelo
conceitual de Tradução do Conhecimento em Ação, desenvolvida no período de setembro de 2016 e
outubro de 2017. Foram desenvolvidas três técnicas para produção dos dados, sendo entrevista com 14
mulheres, 45 horas de registros em diário de campo de observação participante nos serviços; e quatro
encontros de grupo focal com 11 profissionais e gestores. A análise de conteúdo estruturou os resultados
nos temas acessibilidade e utilização. A acessibilidade psicossocial apontou: comunicação positiva,
barreiras culturais e de comunicação. A comunicação positiva mostrou que apoio, acolhimento, conversa
e orientações promovem o seguimento do tratamento pelas mulheres e repercutem no retorno ao serviço
de saúde. Entretanto, o atendimento desrespeitoso gera relação conflituosa e inviabiliza o acesso. As
barreiras de comunicação indicaram que indisponibilidade, equívoco ou divergência de informações
repercutem negativamente no acesso, revelando a necessidade de capacitação, corresponsabilização e
comunicação entre serviços. As barreiras culturais, como sigilo e preconceito, geram insegurança para
o acesso. Na acessibilidade temporal, o tempo de espera não impede o acesso, mas provoca insatisfação
ou preferência por alguns serviços na rede. Na acessibilidade geográfica, a proximidade dos serviços de
APS de suas residências e a disponibilidade de transporte para o serviço especializado facilitam o acesso.
Quanto à utilização, o primeiro contato com o serviço se deu pela exposição ao HIV, adoecimento ou
gestação. O acesso à APS ocorreu via transferência entre os serviços; conforme indicação profissional
ou pela própria usuária. A APS responsabiliza-se por demandas não específicas da infecção e
compartilha o atendimento com o serviço especializado em casos de imunizações, atendimento sem
urgência e exames. A preferência pelo serviço especializado origina-se da capacidade de suprir as
necessidades das usuárias. Há continuidade da utilização para acompanhamento de problema de saúde
antigo, prevenção e investigação de novo problema. A construção coletiva de ações para promoção da
acessibilidade e da utilização culminou na criação de um fluxograma, como ferramenta de transformação
da realidade. Esta pesquisa possibilitou ampliar o olhar acerca da urgência da articulação na rede de
atenção às mulheres vivendo com HIV, tendo em vista a necessidade de promover a melhoria do acesso,
no que tange a acessibilidade e utilização dos serviços da rede de atenção à saúde.
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