Relatos autobiográficos à luz da pedagogia de gêneros: uma trajetória com intervenção em classe de alunos de PROEJA
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2017-12-11Metadatos
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O termo “Escola de Sydney” surgiu em 1994, com referência ao trabalho com linguagem e educação feito há pelo menos uma década no Departamento de Linguística da Universidade de Sydney. O projeto se espalhou para escolas e universidades de toda a Austrália e se tornou um movimento internacional, com o objetivo inicial de desenvolver uma pedagogia de escrita que permitisse a qualquer estudante ser bem-sucedido nas atividades exigidas pela escola (ROSE & MARTIN, 2012, p. 1). Diante disso, este trabalho tem por objetivo geral avaliar se uma proposta de trabalho com gênero à luz da Escola de Sidney, por meio dos Ciclos de Ensino e Aprendizagem, pode ser adaptada à realidade e às especificidades de uma turma de Educação de Jovens e Adultos. Para atingir nosso propósito, esse objetivo se desdobra em cinco outros específicos que são: a) identificar a competência linguística de uma turma de Educação de Jovens e Adultos no que se refere ao trabalho de leitura e produção de textos; b) organizar um Plano de Trabalho com o gênero relato autobiográfico, a partir das orientações da pedagogia de gêneros (MARTIN; ROSE, 2008; ROSE; MARTIN, 2012), a ser aplicado durante o ano letivo em uma turma de Educação de Jovens e Adultos; c) acompanhar a execução do Plano de Trabalho, mantendo uma postura dialógica constante com os alunos em relação a suas preferências, necessidades ou fragilidades; d) realizar avaliações diagnósticas em todas as etapas do trabalho; e) comparar a competência linguística dos alunos nas produções iniciais com as produções finais. Para atingir nosso propósito, foi proposta à turma a produção de relatos autobiográficos à luz dos pressupostos da Escola de Sydney, para a qual foi realizada a aplicação sequenciada das três etapas do ciclo de aprendizagem que constituem a Pedagogia de Gêneros: Desconstrução, Construção Conjunta e Construção Independente. Assim, justificamos essa opção metodológica pelo grande diferencial dessa pedagogia que é o foco na preparação dos alunos para realizarem as tarefas de produção textual individualmente e com sucesso. Inicialmente, antes da aplicação do ciclo, os alunos produziram relatos autobiográficos em cuja avaliação predominou o conceito regular. Na Desconstrução foram apresentados textos-modelo e atividades de leitura, escrita e análise linguística, a fim de descrever e analisar o gênero relato autobiográfico. Na Construção Conjunta, os alunos elaboraram um relato juntamente com a professora e os colegas. Por fim, na Construção Independente, os alunos produziram seus textos individualmente, e os resultados obtidos demonstraram uma avaliação com conceito bom e muito bom. Após a realização dos três ciclos, ainda foram observadas algumas dificuldades de grafia e de organização de orações nos textos produzidos. A partir dessa constatação, foram elaborados e aplicados exercícios na perspectiva sistêmico-funcional, a fim de minimizar as fragilidades encontradas. Como resultado final, os alunos, durante o processo de produção de relatos autobiográficos, atingiram uma avaliação com conceito predominantemente bom e muito bom e com isso ampliaram seus conhecimentos sobre o gênero, identificando marcas que lhe são próprias e que o definem como tal, bem como refletiram sobre o uso da língua e a analisaram semântica e funcionalmente.
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