Gabapentina previne alterações comportamentais induzidas por anfetamina ou haloperidol em camundongos
Fecha
2017-12-19Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A esquizofrenia é uma doença psiquiátrica crônica e altamente complexa que se manifesta com amplo espectro de alterações que incluem sintomas cognitivos, negativos e positivos. Os fármacos disponíveis para o tratamento (antagonistas de receptores dopaminérgicos D2) provocam inúmeros efeitos adversos metabólicos e motores, que leva os pacientes a abandonar o tratamento e, consequentemente, ter recidivas dos sintomas. A manipulação do sistema dopaminérgico pelo uso de drogas psicoestimulantes, como a anfetamina, ou pelo uso prolongado de haloperidol, tem servido como modelo experimental para o screening de fármacos com potencial farmacológico para o tratamento dos sintomas da esquizofrenia e prevenção de efeitos adversos, respectivamente. Tem-se relatado que fármacos com ação agonista no sistema gabaérgico podem melhorar os sintomas positivos e negativos da esquizofrenia ou mesmo diminuir a incidência de discinesia tardia (DT), reduzindo assim a atividade dopaminérgica. Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar os possíveis efeitos modulatórios e neuroprotetores da gabapentina (GBP), um análogo do ácido gama-aminobutírico (GABA), sobre as alterações comportamentais e bioquímicas induzidas pela administração de anfetamina ou haloperidol em camundongos. Os animais receberam primeiramente veículo (NaCl 0,9%) ou diferentes doses de GBP (10, 30, 100 mg/kg) e, 30 minutos após, receberam uma dose única de anfetamina (1,25 mg/kg), ambas por via intraperitoneal. As análises comportamentais nos testes de campo aberto, estereotipia, labirinto em Y e teste de interação social foram realizadas 25 minutos após a administração de anfetamina. A anfetamina induziu prejuízo de memória, hiperlocomoção, comportamento estereotipado bem como retraimento social. A GBP preveniu o déficit de memória de trabalho e de interação social como também reduziu as estereotipias induzidas pela anfetamina. No entanto, observou-se que a GBP não apresentou efeito sobre a hiperlocomoção. Além disso, foi avaliado o efeito da GBP no modelo de discinesia orofacial (DO) induzida por tratamento com haloperidol, um efeito adverso motor de antagonistas dopaminérgicos, onde os animais receberam doses diárias de haloperidol (1,25 mg/kg) e/ou GBP (100 mg/kg) por 28 dias e foram contabilizados os movimentos de mascar no vazio (MMV) no 1º (antes do início das administrações) e no 28º dia assim como alterações no teste do campo aberto no 28º dia do tratamento. O tratamento com haloperidol aumentou o número de MMV e diminuiu a atividade locomotora dos animais. O co-tratamento com gabapentina preveniu esses efeitos. Na sequência foram avaliados parâmetros bioquímicos relacionados à atividade dopaminérgica e gabaérgica. Não houve diferença na imunorreatividade da tirosina hidroxilase (TH) e nos níveis de monoaminas bem como na imunorreatividade da glutamato descarboxilase (GAD) no estriado dos animais tratados com ambos os fármacos. Os resultados sugerem que a GBP possa ser um agente terapêutico promissor no controle dos sintomas clínicos da esquizofrenia bem como prevenir o desenvolvimento de efeitos adversos motores desenvolvidos pelos tratamentos atuais resultando na melhora da qualidade de vida dos pacientes.
Colecciones
El ítem tiene asociados los siguientes ficheros de licencia: