Uma visão ampliada sobre os jatos de baixos níveis na América do Sul
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Data
2019-04-26Segundo membro da banca
Salio, Paola
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Recentemente, Oliveira, Nascimento e Kannenberg (2018) [ONK18] mostraram que algoritmos
de detecção de jatos de baixos níveis (JBNs) tradicionalmente utilizados para a
América do Sul falham em identificar um número importante destes sistemas. Aplicandose
o algoritmo de ONK18 para a identificação de JBNs, esta investigação apresenta uma
climatologia atualizada de JBNs de quadrante norte para a América do Sul com base nos
dados da Reanálise CFSR-CFSv2 entre 1980 e 2017. Regiões da América do Sul com
ocorrência mais frequente de JBNs são indicadas e comparadas com registros anteriores
na literatura. A variabilidade sazonal e o ciclo diurno dos JBNs, assim como as estatísticas
básicas de velocidade, altura e direção dos JBNs em algumas localidades-chave são
analisados. Também é investigada a sensibilidade de alguns dos resultados aos diferentes
algoritmos de detecção de JBNs e a diferentes fontes de dados. Para isto também são empregados
os algoritmos originais de Bonner (1968) e de Salio, Nicolini e Saulo (2002), e os
dados do ERA-interim de 1980-2017 e de radiossondagens realizadas na Bacia do Prata
entre 1996 e 2015. Apresenta-se também os padrões sinóticos médios associados às
ocorrências de JBNs mais intensos em diferentes localidades. Os resultados consolidam
a conclusão de que o algoritmo de ONK18 detecta uma maior diversidade de JBNs do que
os algoritmos mais tradicionais, a qual se traduz em diferentes regimes de direção, altura,
magnitude do ciclo diurno, e estação de ocorrência mais frequente dos JBNs que variam de
acordo com a localidade. Nas latitudes médias e subtropicais do continente a ocorrência
dos JBNs apresenta uma variação latitudinal que acompanha a marcha anual da baroclinia,
sendo mais frequentes em latitudes mais baixas no inverno e em latitudes mais altas
no verão. Composições sinóticas médias referentes a JBNs intensos em Santa Cruz de La
Sierra, Foz do Iguaçu, Santa Maria e Córdoba mostram que estes JBNs frequentemente
localizam-se em um setor pré-frontal. Em função disto, os JBNs mais elevados em Santa
Maria e Foz do Iguaçu tendem a apresentar uma orientação mais zonal do que os de Córdoba
e Santa Cruz de La Sierra. Em Santa Maria, JBNs de leste são mais baixos e mais
frequentemente associados a condições pós-frontais, além de ter uma provável forçante topográfica;
na região costeira do Rio de Janeiro os JBNs são embebidos em ambientes que
parecem incluir tanto condições pré-frontais como de Zonas de Convergência do Atlântico
Sul (ZCAS) oceânicas. No norte do Pará, JBNs são quase que exclusivamente de leste, o
que os associam à incursão dos ventos alísios.
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