Caracterização fenotípica e genotípica de Streptococcus equi subespécie equi isolados de equinos doentes e portadores no Rio Grande do Sul
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2018-02-23Metadatos
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Streptococcus equi subespécie equi (S. equi) é o agente causador da adenite equina, uma das doenças infecciosas mais frequentemente diagnosticadas em todo o mundo. Após a doença aguda de curta duração, caracterizada pelo enfartamento dos linfonodos da cabeça e pescoço, parte dos equinos permanece portador da bactéria por longos períodos, sendo este o ponto chave para a manutenção do agente e ocorrência da doença de forma contínua. Em vista disso, se torna importante entender o que desencadeia o estado de portador, o motivo de nem todos os animais conseguirem eliminar a bactéria após a melhora clínica. Esta dissertação descreve a caracterização fenotípica e genotípica de cepas de S. equi isoladas de equinos doentes (n=42) e portadores (n=18) no estado do Rio Grande do Sul. Por meio da avaliação da colora-ção e aspecto das colônias, provas de fermentação de açúcares (ribose, lactose, trealose e sor-bitol), visualização da cápsula, teste de suscetibilidade aos antimicrobianos, avaliação da ca-pacidade de formação de biofilme e detecção de genes que codificam fatores de virulência (hasA, hasB, hasC, eqbE, eqbG, seeH e seeI) foi possível evidenciar diferenças consideráveis entre os dois grupos de isolados. S. equi isolados de equinos portadores apresentaram colônias opacas e branco-acinzentadas (100%), cápsula em pequena quantidade (38,9%) ou ausente (61,1%), com capacidade de fermentar pelo menos dois dos açúcares testados (100%) e resis-tência em média a 3,6 (1-7) classes de antimicrobianos. Por outro lado, cepas isoladas de e-quinos doentes apresentaram predominantemente colônias mucóides e cor de mel (95,2%), com muita cápsula (92,8%), incapazes de fermentar qualquer um dos açúcares (92,8%) e re-sistentes em média a 2,1 (0-7) classes de antimicrobianos. Foi obsevada uma maior proporção de cepas multirresistentes no grupo de isolados de animais portadores (13/18 = 72,2%) em comparação ao grupo de isolados de animais doentes (5/42 = 11,9%). Capacidade de formar biofilme foi detectada em 94,4% dos isolados de animais doentes e 78,6% de portadores, não havendo diferença entre os grupos. Todos os isolados de equinos portadores apresentaram deleção do gene eqbE e 66,7% dos mesmos também em hasA e hasB. A perda desses loci gênicos por isolados de equinos portadores já havia sido reportada em outro estudo. Desta forma, nossos resultados complementam os da literatura internacional ao associar as caracte-rísticas genotípicas dos isolados de animais portadores com suas características fenotípicas, e evidenciar diferenças com aquelas de isolados de equinos com manifestação clínica. Estudos mais aprofundados são necessários para elucidar quais outros eventos estão envolvidos na persistência de S. equi no hospedeiro após a cura clínica.
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