Interação entre o brometo de piridostigmina e o desbalanço superóxido-peróxido de hidrogênio na cito-genotoxicidade de células neurais e imunes mononucleares
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2018-06-11Metadatos
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O brometo de piridostigmina (PB) é um inibidor reversível da acetilcolinesterase (AChE), e a primeira linha
de tratamento dos sintomas associados à distúrbios da junção neuromuscular (JNM) e também foi utilizado de
forma profilática na Guerra do Golfo Pérsico (GWI), para prevenção de estresse pós traumático, exposição ao calor
e pesticidas. O papel do PB em relação a doença da GWI, que inclui sintomas como fadiga, disfunção cognitiva e
musculoesquelética ainda é controverso. Uma vez que se utilizado isoladamente parece não apresentar intensos
efeitos tóxicos, entretanto associado a outros farmacos e agentes quimicos torna-se genotóxico e indutor de
apoptose em animais. Diante disso, o objetivo desse estudo foi avaliar a interação entre o PB e o desbalanço
superóxido-peróxido de hidrogênio (S-HP) na cito-genotoxicidade de células neurais e imunes mononucleares.
Três delineamentos experimentais foram conduzidos. O primeiro estudo teve por objetivo avaliar o efeito do PB
sobre a cito e genotóxicidade em células neurais SHSY-5Y. Foi realizada uma investigação in vitro utilizando
células neurais humanas (SHSY-5Y). As células foram expostas ao PB em diferentes concentrações, com base
na concentração terapêutica plasmática do fármaco para o tratamento da Miastenia Gravis MG (40 ng/ mL). A
curva de concentração do fármaco mostrou uma inibição da atividade da AChE. No entanto, este efeito foi
transitório e não envolveu a regulação da expressão gênica da AChE. Em geral, o PB não desencadeou estresse
oxidativo, exceto na maior concentração (80 ng/mL), foi detectado dano proteico e dano ao DNA. Os efeitos
genotóxicos foram confirmados pelo aumento na expressão dos genes p53 e DNA metiltransferase 1 (DNMT1)
genes, que estão associados ao reparo do DNA celular. A concentração de 40 ng/mL, que é a dose terapêutica
mínima, apresentou um efeito cito-genotóxico menos intenso, promovendo uma maior proliferação celular e
atividade mitocondrial em comparação com o grupo não tratado. Esses efeitos foram corroborados pelo aumento
da expressão do gene da telomerase. Dois outros protocolos foram conduzido a fim de avaliar a influência genética
associada ao desequilíbrio oxidativo basal de S-HP desencadeado pelo polimorfismo de nucleotídeo único da
enzima superóxido dismutase 2 (Val16Ala-SOD2 SNP, rs4880). O genótipo VV apresenta maiores níveis de
superóxido basal (O2
-), enquanto o AA exibe maiores níveis de peróxido de hidrogênio (H2O2) basal quando
comparado com o do genótipo AV. Portanto, o objetivo foi avaliar se o polimorfismo Val16Ala-SOD2 poderia alterar
os efeitos cito-genotóxicos desencadeados por diferentes concentrações de PB em células mononucleares do
sangue periférico (CMSPs). As CMSPs foram obtidas de voluntários portadores de diferentes genótipos da SOD2.
Níveis proteicos e expressão gênica de enzimas antioxidantes, marcadores apoptóticos (Bax, Bcl-2, caspases 3 e
8) e DNMT1 foram avaliadas em culturas de 24 horas. Em geral, o PB aumentou a expressão gênica de enzimas
antioxidantes e desencadeou eventos apoptóticos nas células do genótipo AA. As CMSPs AA mostram-se mais
sensíveis à exposição ao PB, resultando em maior inibição da AChE, mortalidade celular, carbonilação de
proteínas e danos no DNA, conforme analisado pelo ensaio cometa. Contrariamente, o PB demonstrou efeitos citogenoprotetores
nas células do alelo-V. Esses resultados sugerem que fatores genéticos que aumentam a liberação
de H2O2 podem afetar a eficiência e a segurança do PB. Por fim, o terceiro estudo teve como objetivo avaliar in
vitro a interação entre o desbalanço farmacológico S-HP associado ao PB em células neurais SHSY-5Y. Um
protocolo farmacológico de desbalanço S-HP foi desenvolvido para obter células semelhantes ao genótipo AA (AA-like), apresentando níveis elevados de H2O2, e células semelhantes ao genótipo VV (VV-like), apresentando
maiores níveis de O2
-. Os resultados mostraram que a interação entre o desbalanço S-HP associado ao PB
diminuiu a viabilidade celular, aumentou os níveis de dano ao DNA em células AA-like. Análises da expressão
gênica e modulação proteica do BAX, BCl-2, caspase 3 e 8, sugerem que o efeito citotóxico sobre as células
neurais não envolve apoptose intrínseca ou extrínseca, sugerindo a ocorrência de outros processos na morte
celular. As células VV-like apresentaram maior atividade da AChE que as células balanceadas, e menor eficácia
na inibição dessa enzima pela exposição ao PB. Portanto, a interação entre o desequilíbrio S-HP em associação
como PB poderia ter algum papel no desenvolvimento da doença da GWI e na ocorrência de efeitos adversos em
alguns pacientes que utilizam para o tratamento da MG. Em síntese, apesar das limitações metodológicas
relacionadas aos estudos in vitro, o conjunto dos resultados confirmou que o PB isoladamente em células neurais
não causa extensa toxicidade, no entanto quando esse esta associado ao desbalanço oxidativo S-HP em células
neurais e periféricas pode causar toxicidade.
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