Suscetibilidade in vitro de Conidiobolus lamprauges frente a fármacos antimicrobianos
Resumo
A conidiobolomicose é uma infecção importante, de difícil tratamento. A doença é causada pelos fungos Conidiobolus coronatus, C. incongruus e C. lamprauges, afetando ovinos, equinos, caninos e humanos. Não há um consenso sobre a terapia antifúngica ideal para o tratamento da infecção. A avaliação da suscetibilidade aos antifúngicos é uma forma de monitorar a resistência e optar por terapias com melhor resposta. Nesse intuito, o presente estudo avaliou a sensibilidade de sete isolados de C. lamprauges frente aos fármacos antifúngicos anfotericina B, voriconazol, miconazol e terbinafina, aos fármacos antibacterianos, sulfametoxazol+trimetoprima, azitromicina e dapsona, e ao fármaco antiprotozoário, miltefosina, de forma isolada e em associação, por meio do método de “checkerboard”, baseado na metodologia de microdiluição em caldo padronizada pelo documento M38-A2 do Clinical and Laboratory Standards Institute (CLSI). Isoladamente, as concentrações inibitórias mínimas (CIMs) para anfotericina B, variaram de 0,25-1,0 μg/mL, para o miconazol 2,0-8,0 μg/mL, para a terbinafina 0,25-2,0 μg/mL, para o voriconazol 512 μg/mL, para sulfametoxazol+trimetoprima, 32/6,4-256/51,2 μg/mL, azitromicina >64, para a dapsona >32 μg/mL e para miltefosina 2-16 μg/mL. Altas taxas de sinergismo foram observadas nas combinações de miltefosina + azitromicina (100%), miltefosina + dapsona (100%), azitromicina + dapsona (85,7%). As associações de maior relevância merecem atenção como candidatas para o tratamento de infecções por Conidiobolus spp.. Assim sendo, estudos adicionais in vitro e in vivo com uma ampla gama de isolados clínicos e diferentes Conidiobolus spp. são necessários para entender melhor a suscetibilidade aos antimicrobianos descritos neste estudo.
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