Efeito do treinamento muscular inspiratório na função pulmonar e na capacidade funcional de pacientes submetidos à cirurgia cardíaca
Resumo
As doenças cardiovasculares (DCVs) são a principal causa de morbimortalidade no
mundo, considerada um grave problema de saúde pública. A cirurgia cardíaca (CC) é
um tratamento indicado para pacientes com DCVs, como o objetivo do alívio dos
sintomas e melhor prognóstico desses indivíduos. Entretanto, o ato cirúrgico, pode
causar uma série de complicações no período pós-operatório, onde os pacientes
experimentam um declínio funcional, o que pode ser ocasionado por complicações
pulmonares. O treinamento muscular inspiratório (TMI) promove efeitos benéficos em
pacientes submetidos à CC, entretanto não existe consenso sobre a função pulmonar
e a capacidade funcional. Assim, o objetivo desse estudo foi avaliar os efeitos do TMI
na função pulmonar e na capacidade funcional de pacientes submetidos à CC. Foi
realizado um ensaio clínico em pacientes submetidos à CC, oriundos do Hospital
Universitário de Santa Maria. Os pacientes foram divididos em 2 grupos: grupo
controle (GC) (10), submetido à fisioterapia convencional, que consistiu em
alongamentos, cinesioterapia e padrões ventilatórios, sendo uma vez ao dia; e grupo
treinamento muscular inspiratório (GTMI) (12), submetido à fisioterapia convencional
como o GC, somado ao TMI. O TMI foi executado duas vezes ao dia, 3 séries de 10
repetições, carga inspiratória de 30% da pressão inspiratória máxima (PImáx) do préoperatório
(POP), utilizando o equipamento Threshold® IMT. Os pacientes foram
avaliados sobre a função pulmonar, por meio da espirometria, e a capacidade
funcional, por meio da distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos (DP6’).
As variáveis foram comparadas pela ANOVA de duas vias para medidas repetidas,
seguidas de post hoc de Bonferroni. Observou-se a redução significativa nas variáveis
da função pulmonar (CVF, VEF1, VEF1/CVF) quando comparado o POP com o 1º dia
de pós-operatório (PO1). Quando foi comparado o 7° dia de pós-operatório (PO7) com
o PO1, houve um aumento nas variáveis da função pulmonar (CVF, VEF1,
VEF1/CVF). Quando comparada a DP6’ entre o POP e o PO7, houve diminuição em
ambos os grupos. Dessa forma, verificamos que pacientes submetidos à CC
apresentaram prejuízo na função pulmonar e na capacidade funcional. Além disso,
não foi demonstrado diferença entre o GC e GTMI, entretanto, o TMI foi eficaz na
recuperação das variáveis no grupo treinado.
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