Políticas educacionais e juventude rural no ensino superior
Resumo
O artigo objetiva analisar as políticas educacionais de acesso ao ensino
superior, recentemente instituídas no Brasil, em especial, o Programa Universidade para
Todos (Prouni) e as relações com a juventude rural, hipossuficiente economicamente. As
informações usadas referem-se aos dados institucionais do poder público federal e as
reflexões sobre os jovens rurais, bolsistas, com base no Território Centro-Serra, Rio Grande
do Sul. A análise contempla as compreensões sobre o acesso ao ensino superior pela
juventude rural com base nas políticas de incentivo ao ensino superior nas instituições
privadas. O estudo possibilitou identificar que o Prouni proporcionou uma oportunidade à
juventude rural cursar ensino superior em instituições de ensino particulares, porém, a maioria
dos jovens rurais ainda permanece em condição marginal no acesso a política educacional,
principalmente, pelo capital cultural herdado da condição camponesa em que o hábito da
leitura, do acesso a livros e da dedicação aos estudos encontra-se num duelo com o trabalho
na roça, estratégia fundamental para manter a reprodução social da família rural. O Prouni
representa, em certa medida, a universalização e a democratização ao acesso ao ensino
superior em nível regional, o que proporcionou a qualificação profissional de parcela da
juventude rural mantendo seus laços com o território e fortalecendo o capital cultural. Porém,
a política educacional é invisível à categoria social e insuficiente para proporcionar amplo
acesso aos jovens rurais e a juventude em geral que demanda qualificação de nível superior.
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