Formação inicial e educação inclusiva: um olhar para cursos de licenciatura.
Fecha
2019-07-11Autor
König, Franciele Rusch 
Primeiro orientador
Bridi, Fabiane Romano de Souza
Primeiro membro da banca
Moreira, Laura Ceretta
Segundo membro da banca
Menezes, Eliana da Costa Pereira de
Metadatos
Mostrar el registro completo del ítemResumen
A pesquisa emerge de problematizações acerca dos saberes docentes que constituem a organização
das práticas pedagógicas no cenário educacional brasileiro. Tendo como lócus a formação inicial de
professores, objetiva conhecer as possibilidades de construção de conhecimentos sobre a educação
inclusiva em cursos de licenciatura da Universidade Federal de Santa Maria-UFSM, direcionando a
discussão aos cursos identificados com maior e menor percentual de oferta de disciplinas vinculadas
à educação inclusiva em relação à carga horária total. Na perspectiva do Pensamento Sistêmico, tem
como aporte teórico os pressupostos de Maturana e Varela (2001) buscando ampliar o foco para o
contexto relacional da construção de conhecimentos. A partir da metodologia da Bricolagem,
contempla duas principais dimensões analíticas: a primeira é direcionada a conhecer a oferta do
contexto formativo em termos de conteúdos e disciplinas vinculadas à educação inclusiva, com base
nos documentos legais, análise das Matrizes curriculares dos cursos e ementas das disciplinas, bem
como entrevistas com gestores da Instituição de Ensino Superior no âmbito da pró-reitoria de
graduação e das coordenações de curso. Esta primeira dimensão busca conhecer de que forma a
UFSM organiza os currículos das licenciaturas a partir das normativas legais e de que forma esta
organização reverbera nas possibilidades formativas dos futuros professores. A segunda dimensão
contempla os acadêmicos e suas possibilidades relacionais com o contexto formativo, apresentando
um panorama geral do perfil dos estudantes em vias de conclusão de curso, bem como discutindo os
modos como compreendem seu contexto formativo e constroem seus conhecimentos sobre a
educação inclusiva na formação inicial. Tem como base teórica os pressupostos de Tardif (2002)
sobre os saberes docentes e contempla dois principais movimentos de produção de material
empírico: aplicação de questionários estruturados com os acadêmicos em vias de conclusão dos
cursos selecionados, contemplando 24 estudantes de História e 11 estudantes de Geografia; e
entrevista semiestruturada com quatro acadêmicos de cada um dos cursos, a fim de conhecer a
construção de conhecimentos sobre a educação inclusiva ao longo da formação inicial. Como
principais resultados, no que tange à primeira dimensão analítica evidenciamos a autonomia da IES
na organização do contexto formativo com vias a contemplar as normativas legais, bem como a
maneira como a oferta dos conteúdos e disciplinas direciona a construção de conhecimentos sobre a
educação inclusiva pelos futuros professores. Sobre a segunda dimensão avaliamos que a
construção de saberes sobre a educação inclusiva ao longo da formação inicial ocorre especialmente
no contexto teórico das disciplinas e nas experiências práticas nas escolas. Evidenciamos que as
possibilidades de construção de conhecimentos sobre a educação inclusiva nos cursos de
licenciatura são constituídas pela concepção historicamente construída que aloca nos sujeitos público
- alvo da Educação Especial as discussões pertinentes aos processos inclusivos, responsabilizando o
próprio campo pelo desenvolvimento de práticas pedagógicas “inclusivas”. Assim, tanto no cenário da
prática quando na formação acadêmica é fortalecido o discurso de despreparo para a atuação
docente em contextos inclusivos, bem como a noção de dificuldade centrada no sujeito da (não)
aprendizagem e não nas possibilidades relacionais oferecidas.
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