Determinação simultânea de micotoxinas em cereais
Resumo
Micotoxinas são metabólitos secundários produzidos por fungos filamentosos que podem estar presentes em inúmeros alimentos consumidos mundialmente. Quando alimentos contaminados são ingeridos por humanos ou animais podem ser considerados tóxicos. Diante disso, o objetivo do estudo foi aplicar um método quantitativo para as micotoxinas com e sem legislação vigente presentes em amostras de trigo e aveia em 2016 e 2017 e milho roxo em 2017. Foram analisadas 465 amostras, sendo 91 de aveia e 374 de trigo provenientes dos estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul e 63 amostras de milho roxo provenientes do Peru. Determinou-se a frequência de ocorrência e a concentração das micotoxinas alternariol (AOH), alternariolmetileter (AME), tentoxina, neosolaniol, nivalenol (NIV), vortmanina, 3-acetil deoxinivalenol, 15-acetil deoxinivalenol, deoxinivalenol (DON), zearalenona (ZEA), aflatoxina B1 (AB1), aflatoxina B2, aflatoxina G1, aflatoxina G2, fumonisina B1, fumonisina B2, fumonisina B3, ocratoxina A, ocratoxina α, toxina T2, toxina HT2, diacetoxiscirpenol, fusarenon-x, ácido ciclopiazônico, gliotoxina, agroclavina e citroviridina. Foram encontrados níveis médios de micotoxinas dentro dos padrões da legislação brasileira, porém alguns metabólitos detectados não apresentam especificações para os cereais estudados. As principais micotoxinas encontradas em aveia foram AME e AOH, com frequência de ocorrência de 100 e 98%, respectivamente. As mesmas micotoxinas foram as principais encontradas em trigo,, seguidas de NIV, DON, ZEA e AB1, dependendo do ano de coleta das amostras. No milho roxo não foram encontrados micotoxinas presentes na legislação brasileira. Todas as micotoxinas presentes na legislação apresentaram níveis abaixo do limite de quantificação. As principais micotoxinas encontradas em milho roxo foram AME e AOH, com frequência de ocorrência de 14,3 e 7,9%, respectivamente. Para as amostras de trigo e aveia conclui-se que em ambos os anos e cereais foram detectadas micotoxinas não incluídas na legislação, e alerta-se para a contaminação por micotoxinas que estão regulamentadas, em alguns casos acima dos níveis permitidos. A metodologia utilizada para determinação das micotoxinas foi cromatografia liquida de alta eficiência acoplada a espectrometria de massas. Esta é a primeira pesquisa de micotoxinas emergentes em aveia, trigo e milho roxo.
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