Estudo comparativo de β-selenoaminas e disselenetos em modelos hepatotóxico e alternativo
Resumo
Compostos orgânicos de selênio como o Ebselen (Ebs) e o disseleneto de difenila (DPDS), já foram descritos na literatura como sendo moléculas promissoras devido as inúmeras características que possuem como, por exemplo, atividade antioxidante, anti-inflamatória entre outras. Sendo assim, moléculas análogas ao Ebs e ao DPDS têm sido produzidas através da inserção de grupamentos funcionais na estrutura química destes compostos, na tentativa de produzir novos fármacos. Neste estudo foi avaliado os compostos β-selenoaminas ou monosselenetos (1-fenil-3-(p-tolilselenil)propano-2-amina (C1) e 1-(2-metoxifenilselenil)-3- fenilpropano-2-amina) (C2) e os disselenetos representados pelo DPDS e seus análogos (1,2- bis(2-metoxifenil)disseleneto (C3) e 1,2-dip-tolildisseleneto (C4), quanto a capacidade de proteção e reversão do estresse oxidativo e dos parâmetros comportamentais e bioquímicos, através da utilização do modelo alternativo do Ceanorhabditis elegans (C. elegans) e do modelo de dano hepático agudo induzido pela administração de tioacetamida em camundongos. O C. elegans quando exposto aos compostos, na concentração de 200 µM, não apresentou alterações na taxa de sobrevivência e nos parâmetros comportamentais. No entanto, com exceção do C1 os demais compostos apresentaram uma diminuição do ciclo de defecação o que foi associado com a inibição da enzima acetilcolinesterase. Os compostos protegeram o C. elegans dos efeitos do dano oxidativo induzido com a juglone, mantendo os índices de sobrevivência do nematódeo similares ao grupo controle. Além disso, o tratamento com a juglone induziu um aumento na expressão de GST-4 e somente o C2 reduziu essa expressão. No modelo de indução do dano hepático agudo em camundongos, apenas o tratamento com DPDS protegeu o tecido hepático da necrose tecidual, assim como, evitou o aumento dos níveis séricos das transaminases. No entanto, todos os compostos na dose de 15,6 mg kg-1, via intraperitoneal, apresentaram mudanças significativas nos níveis dos marcadores de estresse oxidativo assim como, promoveram uma manutenção da viabilidade celular e uma diminuição do edema. Dessa forma, é possível concluir que os compostos β- selenoaminas e os análogos ao DPDS apresentam efeitos tanto protetores quanto reversores de dano quando este é gerado pelo estresse oxidativo, o que caracteriza essas moléculas como sendo promisoras antioxidantes.
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