Avaliação de métodos na produção de biofilme em Staphylococcus spp. isolados de hemoculturas de unidade de terapia intensiva adulta
Fecha
2017-09-27Metadatos
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Unidades de Terapia Intensiva (UTI) são destinadas ao atendimento de pacientes em estado grave, que necessitam de monitorização e suporte contínuos de suas funções vitais. Estes possuem uma probabilidade 5 a 10 vezes maior de contrair Infecções de Corrente Sanguínea (ICS), sendo este risco diretamente proporcional à gravidade da doença, às condições nutricionais, à natureza dos procedimentos diagnósticos ou terapêuticos e ao tempo de internação. As ICS indicam a presença de microrganismos viáveis na corrente sanguínea, estando frequentemente associadas a um aumento considerável nas taxas de morbimortalidade. Além de serem uma das mais significativas complicações no processo infeccioso, as ICS tornam-se de grande relevância diagnóstica. Em hemoculturas, os cocos Gram Positivos têm emergido como os principais agentes recuperados, destacando-se Staphylococcus aureus, Staphylococcus coagulase negativa e Enterococcus spp. Os Staphylococcus spp. estão frequentemente envolvidos em infecções associadas ao biofilme, pois este é um dos mecanismos de defesa do gênero, que é formado por bactérias reconhecidamente comensais da pele e de mucosas humanas, o que lhes coloca em lugar estratégico para infectar qualquer dispositivo médico que penetrar essas superfícies. No biofilme, estas bactérias apresentam um estilo de vida séssil, geralmente menos suscetíveis aos antimicrobianos do que suas formas planctônicas, proporcionando um ambiente de proteção contra as pressões externas, contra a ação do sistema imune e facilita a interação das células com organismo hospedeiro. Este trabalho teve como objetivo avaliar quatro diferentes métodos na produção de biofilme em Staphylococcus spp. isolados de hemoculturas de pacientes hospitalizados na UTI adulta do Hospital Universitário de Santa Maria, de abril de 2016 a abril de 2017. Neste período, foram solicitados 797 pedidos de hemoculturas na UTI. Destas 89 positivaram, sendo 54 do gênero Staphylococcus spp. as quais foram selecionadas para este estudo. Para avaliação da produção de biofilme os isolados foram testados através de 4 diferentes métodos: aderência em placa de poliestireno (MTP), considerado padrão ouro; tubo de borossilicato (TM); ágar vermelho congo (CRA); pesquisa dos genes icaACD (genotípica). O perfil de sensibilidade aos antimicrobianos foi analisado através de metodologia automatizada (Vitek® Biomerieux, France). Em 59,25% (32/54) dos isolados houve produção de biofilme por uma ou mais das quatro metodologias testadas. Foi detectado biofilme em 57,41% (31/54) dos isolados de Staphylococcus spp. pelo método MTP, 24,07% (13/54) pelo CRA e 11,11% (6/54) pelo TM. No genotipíco apenas sete isolados (12,95%) expressaram os genes icaACD e dois isolados (3,70%) os genes icaAD. Em relação ao perfil de sensibilidade, os isolados produtores de biofilme foram mais resistentes aos antimicrobianos do que os não produtores. Através destes resultados podemos concluir que comparado à metodologia considerada padrão ouro (MTP), o CRA e o TM não apresentaram valores confiáveis para sugerirmos sua utilização na avaliação da produção de biofilme na rotina. Em relação ao teste genotípico, salienta-se a importância de novos estudos para avaliação de mecanismos de produção de biofilme ica-indepentendes.
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