A fidelidade em cooperativas: um estudo em organizações de agricultores familiares no Rio Grande do Sul
Resumo
O estudo abordou a fidelidade, em contraposição ao oportunismo, em 186 cooperativas de agricultores familiares que participam do Programa de Extensão Cooperativa (PEC), no estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foi realizado por intercessão entre as racionalidades instrumental e substantiva. Para tanto utilizou elementos teóricos conceituais da Teoria do Capital Social e da Economia dos Custos de Transação. A metodologia utilizada foi de estudo de caso com unidades múltiplas de análise. Os procedimentos metodológicos principais foram a análise de documentos do PEC elaborados por consultores do programa, observação participante e entrevistas focais com diretores de cooperativas. Dentro dos objetivos específicos, o estudo caracterizou as 186 cooperativas, que representam 43,9 mil associados, com 77% agricultores familiares, nas seguintes categorias de análise: a) cadeias produtivas: liderando o leite em 65 unidades, produção diversificada de alimentos 51 organizações, hortifrutigranjeiros com 44 e produção de grãos em 32 estabelecimentos; na inclusão efetiva de agricultores familiares por cadeia: liderando leite 15,3 mil agricultores familiares, grãos 13,7 mil, produção diversificada de alimentos 6,6 mil e carnes 2,1 mil, b) faixa etária dos empreendimentos: constatou-se a predominância de organizações jovens, com menor número de associados e que atuam principalmente em cadeias curtas de abastecimento local ou regional ou na indústria do leite; c) infraestrutura de bens imóveis: apenas 46% dos empreendimentos possuem propriedades, 39% tem posse precária por cessão ou aluguel e 15 % das organizações não são proprietários nem ocupam imóveis, funcionando “virtualmente”. Quanto ao objetivo geral da tese, constatou-se a existência de organizações com superveniência de diferentes tipos de racionalidades e que de modo distinto, abordam a fidelização dos seus associados e minimização do oportunismo. A tipificação foi idealizada em (1) “cooperativas instrumentais”, (2) “cooperativas substantivas”, ou com equivalência nas ações denominadas (3) “cooperativas hibridas,”. Em ocorrências e abrangência a ordem foi (1)(3)(2), no desempenho da gestão organizacional e na proporção de associados ativos (2)(3)(1). Complementarmente arrolaram-se as ações e mecanismos desenvolvidos para firmar a fidelidade em cada tipo organizacional.
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