Sirosporium diffusum associado à nogueira-pecã: patogenicidade, morfofisiologia, filogenia e escala diagramática
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2018-02-27Metadatos
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A cultura da nogueira-pecã [Carya illinoinensis (Wangenh.) K. Koch], família Juglandaceae, tem importância econômica no sul do Brasil e o cultivo cresce expressivamente a cada ano. Por conseguinte, o aumento da área plantada tem desencadeado frequentes epidemias, principalmente de doenças fúngicas, as quais são favorecidas pelo clima úmido e acúmulo de hospedeiros suscetíveis. Recentemente, uma nova doença foi diagnosticada e relatada nos plantios brasileiros [(POLETTO et al., 2017), https://doi.org/10.1094/PDIS-06-16-0820-PDN], a qual é causada pelo fungo Sirosporium diffusum. A doença causa desfolha das plantas, prejudicando a produção de frutos. Diante dessa observação, o objetivo deste trabalho foi avaliar a patogenicidade de isolados de Sirosporium sp. associados a mancha foliar marrom da nogueira-pecã, caracterizá-los morfológica, fisiológica e molecularmente, bem como, desenvolver uma escala diagramática para avaliar esta doença em estudos epidemiológicos. Para tanto, foram realizadas coletas de folhas sintomáticas em 10 pomares de nogueira-pecã, no estado do Rio Grande do Sul. Após a obtenção de 10 isolados do patógeno, um teste de patogenicidade foi conduzido para a avaliação da incidência e virulência do patógeno. Os isolados também foram caracterizados morfologicamente, sendo as variáveis utilizadas na análise UPGMA (Método de Agrupamento da Distância Média) em que os isolados foram agrupados em um dendrograma de acordo com a dissimilaridade morfológica e estabelecidos os caracteres que mais contribuíram para a divergência. A análise molecular foi realizada através da amplificação e sequenciamento das regiões ITS e tef1- do DNA. Para a caracterização fisiológica, num primeiro ensaio, combinaram-se oito meios de cultura e cinco regimes de luz, enquanto que no segundo, os três melhores tratamentos do ensaio anterior, que conferiram maior esporulação, foram combinados com três temperaturas. Para a elaboração da escala diagramática foram coletados 240 folíolos sintomáticos, a partir dos quais obteve-se a severidade real da doença em termos percentu-ais. Para a construção da escala, utilizaram-se os limites observados de severidade mínima e máxima da doença, mais seis níveis intermediários. A validação foi realizada por oito avaliadores, primeiramente sem o uso da escala e, na sequência, utilizando-a. Os resultados mostraram através do teste de patogenicidade, que todos os isolados foram patogênicos e a incidência foi de 100% para maioria deles. No entanto, houve diferenças na capacidade de virulência. A análise filogenética confirmou Sirosporium diffusum como o agente causador da mancha foliar marrom em C. illinoinensis no Brasil. O sequenciamento da região ITS e do gene tef1- foram eficazes para a identificação do fungo como S. diffusum. As melhores condições artificiais de cultivo em que S. diffusum apresenta bom crescimento micelial e esporulação de forma conjunta foi obtida com fotoperíodo de 24 horas, temperatura de 20 ±1°C e com os meios de cultura V8CaCO3 ou CA. A escala diagramática proposta para avaliação de mancha foliar marrom em C. illinoinensis proporciona boa acurácia, precisão e reprodutibilidade das estimativas aos avaliadores, além de ser de fácil utilização, sendo adequada para estudos epidemiológicos da doença.
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