Autopercepção de saúde, prevalência de doenças crônicas e nível de atividade física em idosos do meio urbano e rural
Abstract
No Brasil, as políticas de atenção à saúde têm focado no rápido processo de envelhecimento da
população, que tem como consequencia uma transição epidemiológica e demográfica. Essa transição é
caracterizada por um aumento das doenças crônicas não transmissíveis (DCNT) e por uma diminuição
das taxas de mortalidade e fecundidade. Assim, investigar os diferentes meios (urbano e rural) e a
necessidade de atendimento ao público idoso, buscando identificar fatores que influenciam no
processo de envelhecimento bem como de se entender como esta população percebe sua condição de
saúde torna-se muito relevante. O objetivo deste estudo foi comparar as variáveis estudadas
(autopercepção de saúde, a prevalência de doenças crônicas e o nível de atividade física) entre os
idosos do meio urbano e do meio rural de Santa Maria/RS. A abordagem foi realizada através de
visitas domiciliares. A investigação foi realizada na zona urbana e rural do município de Santa Maria
que tem 41 bairros e 9 distritos, dos quais foram selecionados 202 idosos de três bairros urbanos e 72
idosos de três distritos rurais, com diferentes níveis socioeconômicos. Foram incluídos na pesquisa
indivíduos a partir de 60 anos, residentes dos bairros e distritos selecionados e foram excluídos idosos
que apresentaram declínio cognitivo e que residiam em Instituições de Longa Permanência para
Idosos. As características sobre percepção e condições de saúde foram recolhidas através de uma ficha
diagnóstica, o rastreio cognitivo foi feito utilizando o Mini Exame do Estado Mental e o nível de
atividade física foi avaliado através do Questionário Internacional de Atividade Física validado para
idosos brasileiros.Os dados coletados foram descritos e analisados no programa estatístico SPSS
versão 20.0. Para se verificar a normalidade dos dados foi aplicado o teste de Kruskal-Wallise
conforme o resultado foi utilizado o teste t bicaudal para amostras independentes para a comparação
entre grupos das variáveis contínuas paramétricas. Já para as não-paramétricas foi utilizado o teste de
Mann-Whitney. O nível de significância adotado foi de5% em todos os testes. Como resultados,
observou-se nas zonas urbana e rural uma maior prevalência de idosos do sexo feminino (61,54%),
com idades entre 60 e 69 anos (50,96%), que percebem sua saúde positivamente (51,92%) e com
elevado uso de medicação (89,90%). Evidenciou-se que os idosos, no geral, são mais ativos no
deslocamento (48,08%) e inativos no lazer (83,65%). Conclui-se que houve diferença estatisticamente
significativa entre as zonas de moradia, com destaque para prevalência de doenças crônicas no grupo
rural, com maior percentual de hipertensão (74,63%) e dislipidemia (23,88%). Constatou-se que o
grupo urbano é mais ativo no lazer (19,86%) enquanto que no grupo rural apenas 8,96% são
classificados como ativos e 91,04% como insuficientemente ativos. Os resultados evidenciam a
necessidade de um olhar mais cuidadoso aos idosos, conhecendo-se ambos os meios de residência, ao
se estabelecer estratégias de saúde com essa população.
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