Entre histórias e memórias: o pensamento histórico e as narrativas sobre a regionalidade na educação básica do Vale do Taquari - RS
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2019-10-02Metadatos
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O conhecimento histórico apresenta especificidades que estimulam investigações sobre a sua
natureza e a sua função na sociedade. Diferentemente das ciências naturais, ele se constrói a
partir da interação social, através do tempo e em espaços definidos. Sem estas informações,
corre-se o risco de naturalizá-lo e esvaziar a História de seu potencial explicativo e
transformativo. Neste sentido, o pensador alemão Jörn Rüsen (2001; 2006; 2015) propõe uma
Teoria da História que situe este campo do conhecimento, explicitando as suas
particularidades e as diferentes dimensões na qual ele atua na realidade. Através de suas
investigações, o historiador se aproximou de um grupo de pensadores ligados à chamada
Educação Histórica, que surgiu nos anos 1970, na Europa, e hoje atua em diversos países
daquele continente e também da América. Esta tese parte dos pressupostos desta linha de
investigação para compreender as relações entre as narrativas sobre a regionalidade presentes
no território denominado Vale do Taquari, situado na porção centro-leste do estado do Rio
Grande do Sul, Brasil, e a formação do pensamento histórico de jovens que frequentam a
educação básica nos trinta e seis municípios que integram esta região. O trabalho de campo
envolveu a visitação a escolas destas unidades administrativas, nas quais realizou-se uma
entrevista com estudantes do 9º Ano do Ensino Fundamental, concluintes da primeira etapa da
educação básica. Neste processo, apresentou-se a cada grupo de alunos um conjunto de
imagens correspondentes ao seu município, seguido de três questões sobre a história local e
regional. A partir deste trabalho, reuniu-se um total de 542 entrevistas, incluindo jovens de 13
a 18 anos de idade, todos matriculados e frequentando a referida etapa da escolarização.
Partindo dos referenciais da Educação Histórica (Barca, 2001; Lee, 1994; Fronza, 2012;
Cainelli, 2017; Cunha, 2017; Martins, 2017), elaborou-se um quadro com categorias
correspondentes às ideias históricas presentes nas narrativas destes estudantes: presentista,
etnocentrada, multicultural e intercultural. A partir destes dados empíricos, buscou-se
compreender as relações entre o processo de patrimonialização de memórias desencadeado no
território e as aprendizagens que estes jovens desenvolvem na vida escolar, de forma que se
compreendam os limites e as possibilidades das propostas curriculares na interação com as
diferentes influências sobre a formação do conhecimento e da consciência histórica dos
sujeitos.
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