A epistemologia da formação de professores de educação especial: um professor plurivalente para “dar conta da inclusão”?
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2019-07-15Metadatos
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Esta tese de doutorado foi desenvolvida na Linha de Pesquisa em Educação Especial, Inclusão e
Diferença, no Curso Strictu Sensu de Doutorado, do Programa de Pós-Graduação em Educação
(PPGE) da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM-RS). O estudo teve como objetivo central
conhecer e analisar as bases epistemológicas do Curso de Graduação de Educação Especial Diurno,
da Universidade Federal de Santa Maria, no período em que envolve a década de 1980 a 2008, período
da última reformulação de seus currículos, e verificar em que medida estão relacionadas à proposição
ao trabalho docente desses professores nos seus diferentes contextos profissionais. Com este objetivo
central, visa, a partir de objetivos específicos, compreender quais as relações entre a formação docente
e a proposição ao trabalho desses professores, tendo em vista as múltiplas funções assumidas por
esses professores nos espaços escolares; compreender a relação entre as legislações educacionais
e a formação de professores de Educação Especial do Curso de Graduação de Educação Especial
Diurno da UFSM; e em compreender a função do professor de Educação Especial em seus contextos
de trabalho. A pesquisa proposta fundamenta-se nos pressupostos do materialismo dialético e com
uma abordagem qualitativa, configura-se como um estudo de caso. Como instrumentos metodológicos,
elencaram-se as entrevistas narrativas com cinco professores formadores e com dez professores
egressos do curso; e também a coleta e o estudo de documentos relacionados à historicidade do curso,
considerados pertinentes para a problemática estudada. A análise dos dados é proposta a partir da
análise de conteúdo, da análise documental e da triangulação metodológica. A partir da análise das
narrativas dos professores e das ementas das disciplinas ofertadas no currículo vigente, percebe-se
um curso caracterizado pela formação de professores com uma base epistemológica psicopedagógica,
a partir da perspectiva interacionista/sociointeracionista da aprendizagem, que intenciona olhar para o
sujeito com deficiência como um sujeito da aprendizagem, a partir de suas possibilidades
biopsicossociais. Perspectiva essa que se contrapõe à proposição do currículo anterior, interessado
em formar professores com uma base epistemológica médico-terapêutica, voltada ao estudo de
técnicas e recursos com objetivos de reabilitar os sujeitos com deficiência, para a vida em sociedade.
A relação formação e proposição ao trabalho esteve expressa nas falas dos professores participantes
dessa pesquisa, que revelaram a condição de um professor que precisa “dar conta” de diferentes
demandas no trabalho pedagógico, crente na possibilidade de inclusão dos sujeitos com deficiência na
escola regular, apesar da falta de condições materiais para sua efetivação. Como conclusões,
apresenta-se a proposição de que o curso tenha como finalidade a formação de professores com uma
base histórico-crítica, em que as discussões estariam centradas na prática social, numa perspectiva
pedagógica que compreenda o ato educativo como um processo em que os sujeitos têm uma relação
ativa com o outro e com mundo. Nessa perspectiva, o trabalho com o conhecimento no processo
formativo estaria voltado para formar profissionais da educação comprometidos com a democratização
do conhecimento na escola, este que seria uma ferramenta de luta pela emancipação do homem e da
mulher nos tempos históricos em que vivemos.
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