Trabalho pedagógico em um Núcleo de Educação Popular: possibilidade de Práxis Pedagógica?
Resumo
Este trabalho investigou de que modo a teoria da revolução permanente fundamenta teórica e
politicamente o trabalho pedagógico desenvolvido pelos educadores do 13 de Maio Núcleo de
Educação Popular, em especial o que se realiza no curso “Como Funciona a Sociedade I”.
Para tanto, foi realizado pesquisa bibliográfica, estudo de materiais didáticos produzidos pelos
educadores da referida entidade de educação popular e ainda, um questionário respondido por
um educador. Foram realizados estudos sobre a historicidade da teoria da revolução permanente
elaborada por Marx e Engels em 1850; sobre a constituição histórica do 13 de Maio NEP em
relação intrínseca ao movimento de luta de classes no Brasil durante a Ditadura Empresarial-
Militar (1964 – 1985), no período de redemocratização do país, até os dias atuais; estudo das
produções acerca do trabalho pedagógico (especialmente as produções realizadas pelo Kairós
- Grupo de Pesquisa e Estudos sobre Trabalho, Educação e Políticas Públicas); e ainda, o
estudo do roteiro do curso “Como Funciona a Sociedade I” à luz dos elementos da teoria da
revolução permanente e como estes elementos se expressam no trabalho pedagógico realizado
pelos educadores no curso. A escolha por este curso específico se deu por entender que nele se
expressam, de forma sintética, elementos que no conjunto dos cursos realizados pelo 13 de
Maio são vistos de forma mais aprofundada e também porque este é o curso mais amplamente
conhecido pelo conjunto da classe trabalhadora brasileira. A compreensão de que o trabalho
pedagógico realizado no âmbito da formação teórico-política assume características específicas
que diferem das particularidades daquele realizado nas instituições escolares formais,
encaminhou a investigação acerca dessas características. As considerações alcançadas
expressam que se trata de um trabalho pedagógico intrinsecamente articulado aos interesses da
classe trabalhadora, um trabalho pedagógico pautado pelo conhecimento rigoroso sobre o que
é o capital, de que forma essa relação social de controle e exploração do trabalho se estabelece
e se reproduz, a partir de suas inúmeras mediações constituintes e contraditórias.
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