Qualidade de sementes de Lolium multiflorum Lam. e avaliação pelo teste de tetrazólio
Resumo
Entre as forrageiras utilizadas no Sul do Brasil, o azevém anual é uma das pastagens hibernais mais importantes, a qual atende a demanda alimentar dos rebanhos bovinos e ovinos. No entanto, há uma baixa taxa de utilização de sementes de azevém, propiciando oscilação de qualidade de sementes dessa espécie, assim como o comércio ilegal de sementes. Entre os testes para avaliar a qualidade de sementes de azevém está o teste de tetrazólio, o qual gera resultado mais rápido do que o teste de germinação, facilitando a compra e manuseio das sementes. O objetivo desta pesquisa foi caracterizar a qualidade física e fisiológica nas amostras de sementes de azevém analisadas nos laboratórios credenciados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) do Rio Grande do Sul; aperfeiçoar a metodologia do teste de tetrazólio em sementes de Lolium multiflorum, com definições mais precisas para confiabilidade dos resultados e para facilitar sua interpretação. Foram compilados os dados de 3975 amostras de azevém, analisadas do período de 2014 até 2017. A partir dos dados de germinação, pureza e outras sementes por número, foi realizada uma análise descritiva dos dados no tempo (anos), safra de produção, cultivar, categoria e região de procedência. Também, foi obtida a porcentagem de amostras dentro dos padrões recomendados para comercialização, para as variáveis: germinação, sementes puras, sementes de espécies cultivadas, silvestres, nocivas toleradas e nocivas proibidas. Para a metodologia do teste de tetrazólio foram utilizadas quatro repetições de 50 sementes, de quatro lotes de sementes de azevém de alta e baixa qualidade fisiológica, em DIC, bifatorial 2 x 3, duas condições de pré-umedecimento das sementes antes da coloração (em papel germitest umedecido por um período de 16 horas e embebição direta em água por 3 horas, à 200C) e, três tempos de embebição (4, 5 e 6 horas, em 0,5% de 2,3,5-trifenil cloreto de tetrazólio à 300C). Para a qualidade física dos lotes de azevém anual, há maior variabilidade quanto ao número de outras sementes em espécies cultivadas, silvestres e nocivas toleradas. Das safras de 2013 à 2016 houve uma melhoria na qualidade dos lotes de sementes de azevém, analisados pelos laboratórios do Rio Grande do Sul, o qual a safra 2013 obteve menor porcentagem de lotes aprovados para comercialização, 57,96%, e as safras 2014, 2015 e 2016 com maior porcentagem, 89,60%, 91,39% e 91,34%, respectivamente. Quanto a qualidade das amostras na procedência dos lotes de sementes de azevém, em regiões de predomínio da pecuária a porcentagem de lotes aprovados para comercialização foi menor. O resultado de viabilidade do teste de tetrazólio para sementes de azevém não é equivalente ao resultado de plântulas normais pelo teste de germinação, assim os padrões de comercialização não podem serem iguais para os dois testes. A utilização das classes de 1-3, da escala proposta do teste de tetrazólio, é eficiente na estimativa do vigor de lotes de sementes de azevém, utilizando a metodologia de pré-umedecimento em papel com 4 horas de coloração.
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