Ação e espírito: duas perspectivas sobre a capacidade de julgar em Hannah Arendt
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2019-08-30Metadatos
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A presente dissertação visa determinar, da forma mais aproximada possível, a capacidade de
julgar segundo Hannah Arendt. O modo como ela abordou essa capacidade oscilou com o
passar do tempo, de modo que podemos distinguir, em sua obra, duas perspectivas sobre essa
capacidade. Em um primeiro momento, Arendt aborda a capacidade de julgar sob o contexto
conceitual da sua teoria da ação. Em um segundo momento, ela é abordada sob o contexto
conceitual da vida do espírito. Essa diferença de contexto em que a capacidade de julgar é
analisada instigou o debate filosófico que, percebendo a mudança de perspectiva de análise,
pergunta se há coerência entre ambas perspectivas. Dessa forma, a busca pela determinação
da capacidade de julgar demanda, também, a análise da coerência conceitual entre as
abordagens mencionadas. Sob o contexto da teoria da ação, Arendt foi capaz de determinar o
que a capacidade de julgar é. Essa determinação acontece quando Arendt sintetiza, em uma
mesma capacidade, a phronesis aristotélica com a capacidade de julgar reflexiva kantiana.
Contudo, nesse contexto não é possível delimitar de forma clara as relações entre as
capacidades espirituais entre si, principalmente entre a capacidades de imaginar e de julgar.
Essa delimitação somente será possível após Arendt investigar a vida do espírito como um
todo. A capacidade de julgar, sob esse contexto, é descrita como uma das três atividades
fundamentais do espírito, junto com o pensamento e a vontade, e em íntima relação com
outras duas capacidades espirituais, a imaginação e o sentido comum. As relações que as
capacidades espirituais estabelecem entre si permitiu a Arendt desobscurecer alguns pontos
que, sob o contexto da teoria da ação, permaneceriam confusos, além de também explicar
como os julgamentos são efetivados. A mudança de perspectiva sob a qual a capacidade de
julgar foi descrita não implicou em uma cisão conceitual, nem tampouco no abandono de uma
concepção prévia em detrimento de uma nova. Ao analisar a capacidade de julgar sob duas
perspectivas, Arendt fornece um amplo e coerente panorama através do qual podemos
determinar, além do que é a capacidade de julgar, como ela julga.
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