Conhecimento astrológico e fronteiras culturais na Alexandria do Principado Romano
Fecha
2019-07-13Metadatos
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Este trabalho apresenta uma discussão historiográfica e documental sobre a cidade de Alexandria, no Egito, durante o Principado romano, como fronteira cultural no Mediterrâneo. Buscamos analisar como os conhecimentos astrológicos e os astrólogos alexandrinos puderam se estabelecer no contexto histórico e como refletiram as influências culturais que compunham o Império Romano e confluíam para a capital egípcia. Nosso ponto de vista é baseado em debates da Nova História Cultural e da Antropologia, principalmente, para pensarmos o conhecimento astrológico como uma importante modalidade cultural que se desenvolve nos fluxos culturais entre as sociedades do Mediterrâneo antigo e que tomou forma em Alexandria. Assim, procuramos analisar parte das contingências históricas e condições culturais no Egito que acreditamos terem propiciado o desenvolvimento dos conhecimentos e das instituições que os desenvolviam na cidade. Para isso, o trabalho é dividido em três capítulos, em que iniciamos com um levantamento bibliográfico sobre Alexandria e sua composição demográfica e cultural em que se destacam algumas estratégias utilizadas por egípcios, gregos e romanos que contribuíram para a cidade se tornar uma referência em termos de conhecimentos e, principalmente, para a criação e manutenção, durante séculos, de instituições de ensino e pesquisa como a Biblioteca Real e o Mousêion. Em seguida, traçamos um histórico do saber astrólogos entre mesopotâmicos, egípcios e gregos e discutimos sobre as condições sociais e culturais que envolveram o desenvolvimento da especialidade astrológica nestas sociedades. Quadro necessário para apresentarmos, na sequência, nossas fontes, os astrólogos alexandrinos Cláudio Ptolomeu e Vécio Valente e seus respectivos tratados, Tetrabiblos e Antologia, dois importantes tratados astrológicos do século II EC, período considerado de auge da astrologia alexandrina no Império Romano. No capítulo final tratamos e damos alguns exemplos de como os romanos teriam feito uso dos conceitos e conhecimentos astrológicos e dos discursos que se produziam a partir deles e como nossas fontes refletem a questão. Também vemos a importância alcançada pela astrologia, chegando a ser uma disciplina do ensino básico egípcio, helenístico e romano, intimamente relacionada com muitos outros saberes e práticas, além de tratamos das relações que existiam entre as técnicas astrológicas e os cultos populares aos daimones, Ísis, Serápis e Osíris e, também, sobre como os astrólogos Ptolomeu e Valente buscaram abarcar em suas técnicas a complexidade étnico-cultural que caracterizava Alexandria.
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