A produção de modos de ser do tradutor e intérprete de língua brasileira de sinais
Resumo
A presente pesquisa desenvolvida no âmbito do Grupo de Pesquisa Diferença, Educação e Cultura (DEC/UFSM/CNPq), tem como objetivo investigar a produção de modos de ser do tradutor e intérprete de Libras (Língua Brasileira de Sinais) com a emergência de políticas inclusivas no país. Apoiada teórico-metodologicamente nas teorizações pós-estruturalistas, mais especificamente nos estudos de Michel Foucault, a investigação propõe como materialidade entrevistas semiestruturadas com dois grupos de sujeitos que atuam/atuaram como intérpretes de Libras: o primeiro constituído por cinco egressos do Curso de Letras/Libras – bacharelado ofertado pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC); e o segundo constituído por cinco sujeitos que atuavam como intérpretes antes da emergência de políticas inclusivas e a consequente profissionalização da atuação do intérprete no País. Nas análises empreendidas nessa materialidade foi possível visualizar, a partir da emergência de políticas inclusivas, mais especificamente com a promulgação do Decreto n. º 5626 de 22 de dezembro de 2005, que regulamenta o reconhecimento da Libras, que as discussões acerca da formação do tradutor e intérprete se intensificaram, principalmente na área educacional, em todo Brasil. Como efeito, visualizou-se o reconhecimento da Libras; os modos de se envolver com a comunidade surda; e a profissionalização do tradutor e intérprete no País foram determinantes na produção de formas de ser do profissional. As possibilidades de formação do intérprete, que inicialmente eram determinadas pelo convívio com a comunidade surda, via ações assistenciais (em deslocamento para ações militantes e ativistas), expandem-se e passam a possibilitar que mesmo aqueles que não possuem relações diretas com a comunidade possam atuar na área. Visualiza-se ainda que entre aqueles interpretes que se constituem a partir da interação com os sujeitos surdos há aqueles que passam a se envolver com os contextos profissionais e a se relacionar de forma estritamente profissional com a comunidade; e aqueles que mantém os vínculos com a comunidade surda, atuando ativamente e compreendendo que essa relação é também importante no seu trabalho.
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